Internacional

França quer devolver aos seus países 44 dos 234 migrantes resgatados pelo Ocean Viking

Gérald Darmanin
Gérald Darmanin
THOMAS SAMSON / POOL/Reuters

Anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, durante um debate sobre a imigração na Assembleia Nacional, no qual disse que essas pessoas serão levadas para os seus países de origem "quando o seu estado de saúde o permitir"

O governo francês prevê devolver aos seus países de origem 44 das 234 pessoas resgatadas do Mediterrâneo pelo navio humanitário Ocean Viking e desembarcadas em França, por considerar não terem direito a pedir asilo político.

O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, durante um debate sobre a imigração na Assembleia Nacional, no qual disse que essas pessoas serão levadas para os seus países de origem "quando o seu estado de saúde o permitir".

O Governo foi de novo atacado na sessão parlamentar pela União Nacional (RN), de extrema-direita, por ter permitido o desembarque destes migrantes, que o Governo italiano rejeitou.

A deputada Laura Lavalette acusou o executivo de ter uma política de "acolher e distribuir" os imigrantes, uma medida que "favorece a clandestinidade", enquanto o RN propõe "ajuda e regresso".

"Os traficantes de seres humanos ganharam", insistiu a deputada, que lamentou que o Governo não faça "nada" para redirecionar a situação, na qual, segundo ela, as máfias e os barcos de migrantes colidem com navios humanitários no Mediterrâneo.

O ministro respondeu insistindo que a decisão de acolher o navio, na passada sexta-feira, no porto militar de Toulon (sudeste), foi por razões "humanitárias".

"Mostrámos humanismo, enquanto (a deputada) faz politização", recriminou o ministro, que perguntou a Lavalette: "Teria deixado 57 crianças morrer?"

A França já tinha anunciado que apenas permaneceriam no país os resgatados pelo Ocean Viking legalmente em condições de pedir asilo, e que o resto seria devolvido aos seus países de origem.

Onze países europeus concordaram com a França em acolher dois terços dos que podiam ficar, o que Paris destacou como uma demonstração de "solidariedade" em contraste com a política do governo italiano, presidido pela líder de extrema-direita Giorgia Meloni.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas