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Detido cientista chinês acusado de roubar informação secreta da maior hidroelétrica do Canadá

Detido cientista chinês acusado de roubar informação secreta da maior hidroelétrica do Canadá
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Funcionário da empresa de eletricidade Hydro-Quebec, a mais importante do Canadá e que fornece energia para a costa atlântica dos Estados Unidos, foi detido por suspeita de espionagem para a China

Um cientista chinês, funcionário da empresa de eletricidade Hydro-Quebec, a mais importante do Canadá e que fornece energia para a costa atlântica dos Estados Unidos, foi detido por suspeita de espionagem para a China, divulgou segunda-feira a polícia canadiana.

A Hydro-Quebec e a Polícia Montada do Canadá anunciaram esta terça-feira a detenção de Yuesheng Wang, de 35 anos, acusado de fraude para obter segredos comerciais e outros crimes contra a segurança nacional, alegadamente cometidos entre fevereiro de 2018 e outubro de 2022.

A empresa canadiana, uma das maiores geradoras hidrelétricas do mundo, salientou em comunicado que Wang era um cientista cujo trabalho se concentrava em materiais para baterias.

"Não teve acesso a informações relacionadas com a missão central da Hydro-Quebec", assegurou a empresa, que deu o alerta, para as alegadas atividades criminosas do seu funcionário, à Polícia Montada em agosto.

Já a Polícia Montada destacou que Wang publicou artigos académicos em revistas científicas sem a permissão da Hydro-Quebec, empresa para a qual trabalhava desde 2016.

Órgãos de comunicação canadianos referiram que Wang tem mestrado em engenharia de materiais pelo Instituto de Física da Academia Chinesa de Ciências e que, antes de trabalhar para a Hydro-Quebec, o cientista passou pela Queen Mary University of London e pela Universidade do Arkansas (EUA).

Este anúncio ocorre num momento em que o Canadá tem intensificado as suas denúncias sobre a "interferência" da China no país.

Na semana passada, a ministra canadiana dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joly, acusou a China de ser uma "potência global cada vez mais disruptiva" com valores cada vez mais diferentes daqueles das democracias ocidentais e alertou as empresas canadianas para o risco de cooperar com o país asiático.

Joly divulgou também que o Canadá lançará em dezembro um plano de ação para a Ásia que inclui uma postura mais agressiva em relação à China.

Em 07 de novembro, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, acusou a China de tentar interferir na democracia canadiana e realizar uma campanha de interferência durante as eleições de 2019.

As declarações de Trudeau surgiram pouco depois de ter sido tornado público que os serviços secretos canadianos avisaram o Governo de que a China financiou vários candidatos a deputado no Parlamento federal nas eleições gerais.

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