Internacional

Etiópia: ONU pede "urgência" para melhorar situação humanitária em Tigray

Etiópia: ONU pede "urgência" para melhorar situação humanitária em Tigray
AMANUEL SILESHI/Getty Images

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje às partes envolvidas no conflito na região de Tigray, na Etiópia, "urgência" na aplicação do acordo alcançado para restabelecer os trabalhos humanitários na zona

O conflito em Tigray que começou em novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abyi Ahmed, enviou elementos do exército federal para prenderem dirigentes da região que contestavam a sua autoridade há meses e que eram acusados de ter atacado bases militares federais, já provocou milhares de mortos e cerca de dois milhões de deslocados.

Através do seu porta-voz, Guterres pediu aos dois lados para que traduzam rapidamente os seus compromissos "em melhorias concretas para os civis no terreno", o que deve incluir a aceleração do acesso humanitário e o restabelecimento de serviços essenciais. O porta-voz, Stéphane Dujarric, disse que a ONU dá as boas-vindas ao acordo alcançado no sábado e reitera que quer apoiar o processo.

Os rebeldes e as autoridades federais da Etiópia anunciaram no sábado que aceitaram "acesso humanitário a todos os que precisam" na região de Tigray, em guerra há dois anos.

O anúncio foi feito em conferência de imprensa após conversações em Nairobi, capital do Quénia, sobre a aplicação do acordo de paz assinado no início do mês em Pretória, nomeadamente sobre o desarmamento das forças rebeldes, o restabelecimento da autoridade federal na região e o encaminhamento de ajuda.

O acordo, que foi assinado pelo marechal Berhanu Jula, chefe de estado-maior das Forças Armadas etíopes (ENDF), e pelo general Tadesse Worede, comandante das forças rebeldes de Tigray, prevê "um acesso humanitário a todos os que precisem".

A medida terá "efeitos imediatos", explicou o antigo presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, enviado especial da União Africana.

Desde o início da guerra, a região de Tigray sofreu "um bloqueio humanitário de facto", segundo a ONU, o que levou a uma crise duma dimensão ainda desconhecida devido à ausência de rede de telecomunicações e às restrições de acesso impostas pelo Governo etíope.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas