Os Estados Unidos da América (EUA) aplicaram sanções sobre quatro elementos de uma célula do grupo terrorista Daesh que opera na África do Sul, acusando-os de terem prestado apoio técnico, financeiro ou material. O Departamento do Tesouro norte-americano explicou, através de uma declaração, que o seu Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) também sancionou oito empresas detidas, controladas ou geridas pelos quatro indivíduos.
A célula terrorista em questão é liderada por Farhad Hoomer, que já tinha sido sancionada em março. Neste caso, o veto é dirigido contra os irmãos Nufael Akbar e Yunus Mohamad Akbar, membros proeminentes da organização na cidade sul-africana de Durban.
Os outros dois são Mohamad Akbar e Umar Akbar, que foram presos em 2018 pelas autoridades sul-africanas, juntamente com Hoomer, pelo seu envolvimento numa conspiração para a instalação de dispositivos incendiários perto de uma mesquita e de edifícios comerciais.
O Departamento do Tesouro indicou que o Daesh continua a expandir a sua rede terrorista por todo o continente, tal como referido num relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas em julho passado, em que é sublinhada a importância emergente da África do Sul para as transferências de fundos da liderança do grupo terrorista para os seus parceiros em África.
Em maio, o Daesh anunciou oficialmente a criação de uma nova "província" (ou 'wilaya') em Moçambique, um país limítrofe da África do Sul, onde um grupo ligado à organização tem estado ativo desde 2017.
A violência está particularmente concentrada no norte de Moçambique, que contém grandes depósitos de gás natural, e resultou na morte de mais de 3.500 pessoas, incluindo mais de 1.500 civis, bem como na deslocação de 800.000 moçambicanos.
O subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian Nelson, observou que os quatro indivíduos sancionados desempenharam papéis-chave no fomento do terrorismo e de outras atividades criminosas na região.
Em resultado das sanções, os bens e ativos nos EUA ou sob controlo americano dos indivíduos e entidades afetados são bloqueados e devem ser comunicados à OFAC. Qualquer entidade em que detenham uma participação direta ou indireta de pelo menos 50% está também bloqueada.
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