A polícia do Irão avançou uma série de ataques a estudantes em ‘campus’ universitários de todo o país, que estão a resultar em dezenas de pessoas detidas. Os estudantes podem enfrentar pena de morte, segundo avança o The Guardian.
Os protestos dos estudantes no Irão já vão na oitava semana, e segundo organizações estudantis e grupos de direitos humanos os ataques da polícia às universidades intensificaram-se esta semana, desde que os jovens se reuniram para marcar os 40 dias desde a morte de Mahsa Amini (prazo que simbolicamente marca o fim do luto).
Pelo menos 277 pessoas perderam a vida desde que se iniciaram os protestos contra a morte da jovem de 22 anos acusada pelas autoridades de mau uso do véu, e que morreu quando estava sob custódia da ‘polícia de moralidade’ do regime talibã. Segundo a Uniâo de Estudantes do Irão os jovens que agora foram detidos - mais de 40 - enfrentam o risco de pena de morte.
A União dos Estudantes do Irão diz estar a reunir dados sobre as invasões policiais aos ‘campus’ e sobre as detenções que foram realizadas.
O The Guardian relata o caso de uma estudante de Teerão, identificada como Anousheh, que afirma ter sido violentamente agredida pelas forças de segurança no fim de semana passado ao sair do ‘campus’ da sua universidade.
“Um dos meus melhores amigos foi preso do lado de fora do campus neste fim de semana e ainda não sei onde ele está”, disse a estudante. “As forças de segurança esperaram que os alunos saíssem da universidade para nos começarem a bater com cassetetes.Todos nós corremos para salvar as nossas vidas. Fomos avisados pela faculdade, no sentido de interrompermos os protestos imediatamente, para evitar prisões, mas não vamos parar”, garantiu.
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