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“Golpe de Estado? As Forças Armadas não iriam de encontro ao sentimento da quase totalidade da sociedade brasileira”

“Golpe de Estado? As Forças Armadas não iriam de encontro ao sentimento da quase totalidade da sociedade brasileira”
NUNO FOX

Aos 64 anos, Luís Roberto Barroso foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil até fevereiro e é hoje vice-presidente do Supremo Tribunal Federal. Há um ano, foi violentamente insultado nas redes sociais pelo Presidente Jair Bolsonaro. Nota-se que ainda não ultrapassou o episódio, embora o desvalorize. Estruturalmente constitucionalista, Barroso pauta o discurso pelo respeito intransigente pela lei magna brasileira, reconhecendo-lhe características ímpares. Reconhece que o país atravessa um “défice de civilidade”, mas acredita que o essencial da democracia permanece preservado

No Brasil, classificam-no como progressista. Luís Roberto Barroso, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ficou associado a casos polémicos como a equiparação das uniões homossexuais aos casamentos tradicionais. Defende agora a introdução de quotas por género no Congresso.

De origem sefardita, neto de judeus gregos e turcos, Barroso ainda não tratou do passaporte europeu, mas diz que tem o coração em Portugal, que visita regularmente desde 1992. Confessa que vê “com alegria e quase com um orgulho que não saberia justificar a vertiginosa ascensão que Portugal teve nos últimos 35 anos”.

Esteve em Londres em junho e de lá seguiu para Lisboa. Garante que a capital portuguesa está “mais florescente” do que a britânica. Já escreveu que o livro que mais o marcou foi de Fernando Pessoa, a quem destaca como um caso excecional na poesia mundial.

Apaixonado pela língua portuguesa, gosta de “viver em português” e assume que não gostaria de ver um cisma entre os falantes da nossa língua. “Gostava de estar identificado com Portugal nos tempos difíceis, pré-1974, e porque não gostaria agora, que Portugal vive uma democracia florescente? Eu prefiro estar junto.”

Em conversa com o Expresso, antes de proferir uma conferência na Católica Global School of Law (Faculdade de Direito da Universidade Católica), em Lisboa, convidado para falar sobre o impacto da digitalização e das redes sociais nas democracias mundiais, Barroso passa em revista a atuação do STF e sinaliza os riscos que o Brasil enfrenta a 15 dias da segunda volta das presidenciais.

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