As autoridades do Uganda afirmaram hoje que o país é um destino seguro, após os Estados Unidos e o Reino Unido emitirem avisos aos viajantes devido ao surto de ébola declarado em setembro no país africano.
Citada pelo jornal ugandês Daily Monitor, a secretária permanente do Ministério da Saúde do Uganda, Diana Atwine, lembrou que o vírus foi detetado em cinco distritos - Mubende, Kassanda, Kyegegwa, Kagadi e Bunyagabu -, todos eles "a mais de cem quilómetros de distância da capital, Kampala".
"O resto do país está livre de ébola e não há restrições de viagem", disse a responsável, que defendeu que a resposta das autoridades ao surto está a funcionar.
Segundo Atwine, o Governo ugandês e os seus parceiros “puseram em marcha medidas para controlar a doença” e o número de casos “desceu desde então”.
“Todos os contactos em Mubende e nos distritos próximos foram identificados, isolados e estão a ser analisados diariamente", afirmou.
A declaração surge dias após as autoridades dos Estados Unidos anunciarem, na quinta-feira, que passariam a monitorizar os viajantes provenientes do Uganda para prevenir o alastramento do surto de ébola detetado no país africano.Já o Reino Unido atualizou a sua página eletrónica de conselhos aos viajantes com informação sobre o surto de ébola no Uganda.
O Governo do Uganda confirmou até agora 44 casos de ébola e dez mortes, havendo ainda 20 outras mortes cuja causa provável é o vírus. Desde 2 de outubro não se regista qualquer caso novo.
O Uganda declarou o surto de ébola em 20 de setembro, após confirmar a morte de um paciente que teve teste positivo para a doença.
A Organização Mundial de Saúde afirmou depois que a confirmação ocorreu na sequência de uma investigação da equipa nacional de resposta rápida após seis “mortes suspeitas” no último mês. O surto atual é causado por uma estirpe para a qual não há ainda vacina.
O Uganda já registou anteriormente surtos de Ébola, uma doença que matou milhares de pessoas em toda a África desde a descoberta em 1976 na vizinha República Democrática do Congo. A doença tem seis estirpes diferentes, três das quais (Bundibugyo, Sudão, Zaire) já causaram grandes epidemias.
A transmissão humana é através de fluidos corporais, sendo os principais sintomas febre, vómitos, hemorragias e diarreias. As pessoas infetadas só se tornam contagiosas após o início dos sintomas, após um período de incubação que varia de dois a 21 dias.
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