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Irão chama embaixador britânico e acusa Reino Unido de interferência

Irão chama embaixador britânico e acusa Reino Unido de interferência
WAEL HAMZEH/EPA

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano condenou a posição de Londres em relação aos protestos contra a morte da jovem Mahsa Amini e já chamou embaixadores de outros países para manifestar esse mesmo descontentamento

Teerão chamou o embaixador britânico no Irão e acusou o Reino Unido de interferir em questões internas do país depois de declarações daquele representante sobre os protestos contra a morte de Mahsa Amini, adianta esta quarta-feira a Efe.

Segundo a agência de notícias espanhola, esta é a segunda vez que Simon Shercliff é convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, tendo sido chamado pela primeira vez há dez dias para uma reunião na qual foi informado do mal-estar iraniano sobre a presença de meios de comunicação 'hostis' em língua persa em Londres.

"A República Islâmica do Irão rejeita e condena a interferência do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, fazendo interpretações falsas e provocatórias", avisaram as autoridades de Teerão, citadas pela Efe. O Irão acusou Londres de "se alinhar" com "cenários concebidos por adversários que trabalham contra a República Islâmica do Irão".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, refere a Efe, garantiu que "o Irão irá considerar potenciais opções em resposta a qualquer ação não convencional por parte dos britânicos".

Outros embaixadores também chamados

Também os embaixadores da Suécia, Noruega e França foram convocados nas últimas semanas por Teerão para serem avisados do descontentamento para com a atitude dos seus países face aos protestos sobre a morte de Amini.

Em 16 de setembro, Amini, uma jovem iraniana de 22 anos, morreu depois de ter sido presa pela chamada Polícia Moral de Teerão com o fundamento de que usava incorretamente o lenço islâmico na cabeça.

Desde então, o Irão tem sido palco para inúmeras manifestações que têm sido reprimidas pelas autoridades e das quais já resultaram dezenas de mortos.

De acordo com uma contagem da televisão estatal iraniana, foram já 41 as pessoas que perderam a vida nos protestos, mas segundo os dados da Iran Human Rights, uma Organização Não Governamental com sede em Oslo, aquele número sobe para 92.

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