Bolsonaro diz que ganha na primeira volta. Lula quer que o Brasil seja "feliz"

Os candidatos já votaram. Bolsonaro continua a não dar certezas sobre se aceita os resultados eleitorais. Lula quer um país de regresso à “normalidade”.
Os candidatos já votaram. Bolsonaro continua a não dar certezas sobre se aceita os resultados eleitorais. Lula quer um país de regresso à “normalidade”.
Expresso e Lusa
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e o ex-Presidente Lula da Silva, que lidera as sondagens, já votaram. O candidato de direita disse aos jornalistas que vencerá as eleições presidenciais já na primeira volta que decorre este domingo e o da esquerda afirmou que o Brasil "precisa recuperar o direito de ser feliz.”
“Vai ser já no primeiro turno”, garantiu Bolsonaro, numa declaração que durou cerca de um minuto, depois de questionado se iria respeitar o resultado da votação. O candidato à reeleição chegou vestido com um t-shirt verde e amarela da seleção ‘canarinha’ para votar na Vila Militar, Zona Oeste do Rio de Janeiro, pouco depois das 08:50 (12:50).
"A expectativa é de vitória hoje. Nesses 45 dias, fui praticamente em todos os estados do Brasil. Ontem em Joinville, algo nunca visto no Brasil, tanta gente na rua. Eleições limpas, sem problema nenhum”, disse o Presidente brasileiro.
O Presidente brasileiro voltou a lançar críticas às sondagens que colocam Lula da Silva com 50% dos votos, o suficiente para vencer já à primeira volta. “O que vale é o 'datapovo'”, disse, num trocadilho de palavras recorrentes na campanha, em relação ao instituto Datafolha. No sábado, Jair Bolsonaro apostou que terá pelo menos 60% dos votos nas presidenciais de domingo, apesar de todas as sondagens indicarem o contrário.
O candidato e ex-presidente Inácio Lula da Silva, do PT, votou na manhã deste domingo em São Bernardo do Campo, cidade que é seu berço político, na região metropolitana de São Paulo, no sufrágio que pode definir o seu regresso ao poder no Brasil.
Líder nas sondagens de intenção de voto, Lula da Silva estava acompanhado de seu candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, de sua mulher, a socióloga Rosângela da Silva, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad.
Depois de votar, Lula beijou o comprovante de votação e deixou a sala. Com hipóteses de vencer na primeira volta, o candidato de esquerda tem entre 50% e 51% das intenções de voto, segundo sondagens divulgadas no sábado pelo DataFolha e o Ipec, respetivamente, e é seguido pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, com 36% e 37% das intenções de voto, Ciro Gomes (5% e 5%, nas duas sondagens) e Simone Tebet (6% e 5%).
Em declarações aos ‘media’ depois do voto, Lula da Silva afirmou que o Brasil “precisa recuperar o direito de ser feliz” e acrescentou: “Queremos um país que viva em paz, com esperança e que acredite no futuro”.
Segundo o ex-presidente, esta serão as eleições "mais importantes" para ele, que governou por dois mandatos, entre 2003 e 2010, depois de ter perdido as eleições de 1989, 1994 e 1998.
"Em 2018 não pude votar porque estive preso, vítima de uma mentira, e quatro anos depois estou votando com o reconhecimento da minha total liberdade e a possibilidade de voltar a ser presidente deste país e voltar à normalidade", acrescentou.
O candidato do PT permaneceu preso por 580 dias por duas condenações por corrupção, posteriormente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula da Silva também criticou a gestão durante a pandemia do atual Presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
Ao contrário das eleições anteriores, todas as assembleias de voto abriram às 08:00 de Brasília (12:00 em Lisboa), numa espécie de subordinação de todas as mesas ao fuso horário da capital brasileira.
Os mais de 156 milhões de eleitores poderão votar até às 17:00 de Brasília (21:00 em Lisboa), nas 577.125 urnas eletrónicas espalhadas por 5.570 cidades do país.
Além de Lula da Silva e Bolsonaro, disputam as presidenciais brasileiras os candidatos Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
Caso nenhum dos candidatos presidenciais ultrapasse 50% dos votos válidos, os dois mais votados voltam a enfrentar-se numa segunda volta em 30 de outubro.
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