
Mulheres e minorias étnicas estão bem representadas no novo Executivo britânico. O que não houve foi vontade de integrar adversários internos
Mulheres e minorias étnicas estão bem representadas no novo Executivo britânico. O que não houve foi vontade de integrar adversários internos
Ainda nem a própria Liz Truss tinha sido informada que seria a próxima líder do Partido Conservador e já os seus companheiros, a maioria de forma anónima, corriam aos jornais para avisar que rodear-se apenas de aliados poderia ditar um início de mandato algo agitado para a nova primeira-ministra do Reino Unido. Afinal, foi a perda de apoios internos — e não qualquer derrota nas urnas — que ditou a queda dos seus dois antecessores imediatos, Boris Johnson (2019-22) e Theresa May (2016-19). E até Margaret Thatcher (1979-90), modelo que Truss não se cansa de emular e divindade adulada pelos tories, acabou destronada pelos seus.
Esta terça-feira, ainda antes do anúncio dos titulares dos principais cargos ministeriais, mais vozes conservadoras se juntaram ao coro dos que pediam um esforço para não perpetuar a polarização no partido. Gavin Barwell, ex-chefe de gabinete de Theresa May, disse ao canal televisivo Sky News que “encher o Governo apenas de aliados pode tornar mais difícil unir o partido e privá-la de talentos importantes”.
Talentos, segundo Barwell, como o do ex-ministro das Finanças Rishi Sunak — adversário final de Truss na corrida à liderança — e do antigo responsável pela Igualdade de Oportunidades, Michael Gove. Não contar com eles seria “uma vergonha”, já que são “dois dos ministros mais eficazes”. Quando a chefe do Executivo se sentou em Downing Street para receber os seus escolhidos, nem um nem outro receberam o telefonema da praxe.
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