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Washington mantém em vigor tarifas punitivas contra a China

Washington mantém em vigor tarifas punitivas contra a China
FREDERIC J. BROWN/Getty Images

Estas tarifas punitivas deviam ter expirado, mas, como parte do procedimento, mais de 300 empresas norte-americanas pediram a sua manutenção

O governo dos Estados Unidos anunciou esta sexta-feira que vai manter, nesta fase, as tarifas punitivas contra a China, impostas durante a administração de Donald Trump e que deviam ter terminado entre julho e agosto. "As tarifas não expiraram no seu aniversário de quatro anos", referiu o Representante do Comércio da administração norte-americana (USTR, na sigla em inglês) em comunicado.

Estas tarifas punitivas deviam ter expirado, mas, como parte do procedimento, mais de 300 empresas norte-americanas pediram a sua manutenção. “Representantes das indústrias nacionais indicaram que beneficiaram da ação comercial de várias maneiras”, detalhou o USTR, no documento em que justifica a decisão.

Alguns setores acreditam, por exemplo, que "incentiva o governo chinês a interromper as políticas e práticas visadas pela ação tarifária", ou que "permitiu competir com as importações chinesas, investir em novas tecnologias, aumentar a produção nacional e contratar trabalhadores adicionais".

As empresas também apontam que esta medida "ajudou a combater práticas competitivas desleais resultantes das políticas e práticas de transferência de tecnologia da China e a incentivar melhores políticas e práticas".

O USTR irá agora “fazer uma revisão” dessas tarifas, estudando os efeitos sentidos pelas empresas e as “consequências na economia norte-americana, incluindo no consumo”.

Uma primeira série de tarifas alfandegárias punitivas foi implementada em 06 de julho de 2018, antes de três outras, que representam um total equivalente a 350.000 milhões de dólares em importações anuais do gigante asiático.

Donald Trump tinha tomado estas medidas em retaliação às práticas comerciais chinesas consideradas "injustas".

O ex-presidente republicano denunciou na altura o "roubo" de propriedade intelectual ou a transferência "forçada" de tecnologia.

A administração de Joe Biden apareceu dividida sobre a manutenção ou não dessas taxas alfandegárias.

Duas outras listagens de produtos chineses, que representam 200.000 milhões de dólares e 126.000 milhões de dólares, respetivamente, expirarão em 24 de setembro de 2022 e 01 de setembro de 2023, respetivamente.

Em 27 de maio, os EUA divulgaram que dezenas de produtos importados da China, relacionados com o combate à pandemia de covid-19, iam continuar, até final de novembro, isentos de taxas aduaneiras punitivas impostas inicialmente pela administração Trump.

Estas exclusões tinham sido concedidas originalmente em 29 de dezembro de 2020 e expiravam em 31 de maio, tendo sido prorrogadas por mais seis meses.

No final de março, Biden tinha tomado uma decisão semelhante para uma lista de outros 352 produtos, que estão isentos de taxas alfandegárias adicionais até 31 de dezembro.

A administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, lançou este procedimento de isenção “direcionada” e destacou que as exceções seriam concedidas “caso a caso”, se não houvesse forma de substituir os produtos da China.

Desde que foram impostas, mais de 2.200 isenções foram concedidas e, em seguida, 549 foram estendidas.


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