EUA dizem que resposta do Irão sobre acordo nuclear "não é construtiva"
O Irão está a negociar há 16 meses com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, indiretamente, com os Estados Unidos para restabelecer o acordo nuclear de 2015
O Irão está a negociar há 16 meses com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, indiretamente, com os Estados Unidos para restabelecer o acordo nuclear de 2015
Os Estados Unidos lamentaram a resposta do Irão sobre um eventual regresso ao acordo nuclear de 2015, considerando que esta "não é construtiva", após dias de otimismo torno de um compromisso entre as duas partes.
"Podemos confirmar que recebemos a resposta do Irão através da UE [União Europeia]. Estamos a estudá-la e vamos responder, mas infelizmente não é construtiva", disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano aos jornalistas.
O Irão está a negociar há 16 meses com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, indiretamente, com os Estados Unidos para restabelecer o acordo nuclear de 2015, que limitou o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções. O acordo foi abandonado em 2018 pelo então Presidente dos EUA, Donald Trump.
A União Europeia apresentou durante a última ronda de negociações, em Viena, no início deste mês, um "texto final", sobre o qual Washington e Teerão têm vindo a trocar pontos de vista mediados por Bruxelas.
O Irão enviou o seu parecer a 16 de agosto, os Estados Unidos responderam a 24 de Agosto e o Governo iraniano respondeu na quinta-feira com um texto que Washington não considera construtivo.
Nos últimos dias, várias vozes tinham expressado otimismo quanto à possibilidade de se chegar a um acordo em breve.
"Estamos mais próximos de um acordo agora do que há semanas ou meses atrás", disse na quarta-feira o porta-voz da Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, indicando que Washington estava "cautelosamente otimista".
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também estava esperançado na possibilidade de um pacto "nos próximos dias".
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hosein Amir Abdolahian, disse em Moscovo que uma decisão sobre o acordo poderia chegar "em breve", embora o Irão tenha solicitado o encerramento de uma investigação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) sobre a origem dos vestígios não declarados de urânio encontrados no país, que poderiam indicar atividades encobertas.
Os EUA opuseram-se à possibilidade de o acordo nuclear depender do fim desta investigação da AIEA.
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