Internacional

Morte de 21 jovens em discoteca sul-africana atribuída a “asfixia”

Morte de 21 jovens em discoteca sul-africana atribuída a “asfixia”
PHILL MAGAKOE/Getty Images

"Chamaram as 21 famílias para nos contar o que aconteceu. Agora estão a dizer-nos que é asfixia", referiu Xolani Malangeni, pai de uma das vítimas, em entrevista telefónica à agência France-Presse

Os serviços de saúde sul-africanos informaram esta quinta-feira as famílias dos 21 jovens que morreram em condições misteriosas no final de junho numa discoteca que atribuíram a causa de morte a “asfixia”.

"Chamaram as 21 famílias para nos contar o que aconteceu. Agora estão a dizer-nos que é asfixia", referiu Xolani Malangeni, pai de uma das vítimas, em entrevista telefónica à agência France-Presse (AFP). "Antes, diziam-nos que tinha sido envenenamento. É falso, é um relato falso”, sublinhou.

A filha de Malangeni, de 17 anos, morreu na madrugada de 26 de junho numa popular discoteca nos subúrbios de East London, no sul. No total, 21 jovens, entre os 14 e 20 anos, morreram no bar Enyobeni, no município de Scenery Park.

Contactado pela AFP, o Departamento de Saúde da província de Eastern Cape confirmou ter recebido as famílias para as informar das circunstâncias da morte do seu filho. No entanto, o departamento não confirmou a causa da morte atribuída, citando um dever de "confidencialidade".

A maioria dos corpos foram encontrados em 26 de junho na discoteca, sem ferimentos aparentes. Os sobreviventes mencionaram "um cheiro forte" e pessoas a caírem no chão. Um total de 31 pessoas foram levadas para o hospital, com vómitos, dores de cabeça, nas costas e no peito.

Outras famílias também referiram aos ‘media’ locais que foram informadas que a causa de morte atribuída foi asfixia. Nenhuma recebeu um parecer toxicológico. "Disseram-nos que, se quiséssemos, teríamos que recorrer à justiça para pedir", acrescentou Malangeni. Os resultados das primeiras análises toxicológicas em julho foram inconclusivos.

Os níveis de álcool e monóxido de carbono encontrados no sangue estavam bem abaixo dos limites letais. Traços de metanol também foram encontrados em exames de sangue, o que resultou num mistério sobre a causa de morte.

A maioria das vítimas eram estudantes que estavam a comemorar as notas em exames. O proprietário da discoteca foi detido por venda de álcool a menores. Na África do Sul, o consumo de álcool é proibido para menores de 18 anos.


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