Isabel II vai indigitar sucessor de Boris Johnson na Escócia

A chefe de Estado do Reino Unido vai receber o pedido de demissão de Boris Johnson e indigitar Liz Truss ou Rishi Sunak para o cargo na residência de Balmoral, na Escócia, anunciou esta quarta-feira fonte da família real britânica.
Truss, ministra dos Negócios Estrangeiros, e Sunak, ex-titular das Finanças, são os finalistas da eleição para a liderança do Partido Conservador, que termina na sexta-feira e cujo vencedor será anunciado na segunda-feira. Por ser a força maioritária na Câmara dos Comuns, o seu novo chefe será imediatamente chamado a chefiar o Executivo.
Seguindo a tradição, Johnson deverá demitir-se terça-feira e o sucessor indigitado pela monarca no mesmo dia. No passado, estas formalidades eram cumpridas no Palácio de Buckingham, no bairro londrino de Westminster, a curta distância do Parlamento e da residência oficial do primeiro-ministro, em Downing Street.
Porém, preocupações com a saúde de Isabel II, que aos 96 anos se tem queixado de problemas de mobilidade, levaram a esta solução. Johnson e o vencedor da disputa tory terão de fazer uma viagem de ida e volta de cerca de 1600 quilómetros entre Balmoral, no norte da Escócia, e a capital do Reino Unido.
A nomeação de primeiros-ministros é dos principais deveres constitucionais da rainha e é pessoal. Sempre aconteceu em Buckingham nos 70 anos do presente reinado. Durante a pandemia, Isabel II começou a receber embaixadores por videochamada e a realizar reuniões virtuais com os conselheiros de Estado. A audiência semanal com o primeiro-ministro também tem sido por via remota desde 2020.
Este ano, Isabel II delegou a abertura da sessão legislativa em dois dos seus conselheiros de Estado e herdeiros, o príncipe Carlos e o príncipe William, respetivamente seu filho e neto. No ano passado, passou uma noite no hospital e tem aparecido cada vez menos em público, optando por delegar cada vez mais funções ao filho Carlos ou outros membros da família real.
Fixar a cerimónia de indigitação em Balmoral permite alguma certeza ao atual e o futuro primeiros-ministros. Caso estivesse planeada para Londres, haveria dúvida até ao fim sobre a capacidade de Isabel II para empreender o trajeto, uma vez que costuma ficar na residência escocesa entre julho e setembro.
Segundo o diário “The Telegraph”, a rainha tem sido visitada em Balmoral por Carlos, príncipe de Gales e previsível próximo rei. Quanto está em Londres, Isabel II tem estado instalada no castelo de Windsor, a cerca de 35 quilómetros de Londres.
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