Internacional

Acordo nuclear: Estados Unidos dizem que Irão fez cedências em pontos-chave

No último ano, decorreram em Viena difíceis negociações para restaurar o acordo nuclear assinado em 2015 por Teerão e pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU
No último ano, decorreram em Viena difíceis negociações para restaurar o acordo nuclear assinado em 2015 por Teerão e pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU
Reuters

Segundo um alto funcionário norte-americano, Teerão abandonou a intenção de bloquear algumas inspeções da Agência Internacional de Energia Atómica, um assunto altamente sensível de ambos os lados

Os Estados Unidos disseram que o Irão fez cedências em pontos-chave, reavivando as esperanças de um regresso ao acordo nuclear de 2015, embora ainda não tenha dado uma resposta formal.

De acordo com um alto funcionário norte-americano, Teerão abandonou a intenção de bloquear algumas inspeções da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) — um assunto altamente sensível de ambos os lados — sem, no entanto, especificar quais.

“Além das restrições ao programa nuclear que o Irão teria de implementar, a AIEA poderia mais uma vez supervisionar o regime de inspeção mais drástico de todos os tempos”, disse o funcionário sob condição de anonimato devido à natureza sensível das negociações.

As inspeções internacionais “vão permanecer em vigor por um período indefinido”, se forem acordadas, acrescentou.

Os iranianos exigiram que a AIEA cesse a sua investigação de locais não declarados no Irão, onde foram encontrados vestígios de urânio enriquecido.

O Irão já havia abandonado outro requisito, relacionado com o levantamento da designação da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, como organização terrorista.

Essa exigência, à qual Teerão vinculava qualquer acordo há meses, foi categoricamente recusada pelos Estados Unidos.

As negociações nucleares iranianas, iniciadas há 16 meses, mas que haviam sido suspensas e retomadas no início de agosto, visam salvar o acordo internacional concluído em 2015 com o regime de Teerão pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha, da qual Washington se retirou em 2018 sob a presidência de Donald Trump.

Na segunda-feira, o Irão criticou os norte-americanos pelo “atraso” em dar o seu parecer sobre as propostas iranianas face ao “texto final” apresentado recentemente pela União Europeia para retomar o acordo sobre o programa nuclear iraniano.

“É importante o atraso do lado dos EUA em dar a sua resposta, [enquanto] nós reagimos a tempo”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, na habitual conferência de imprensa semanal.

A 16 de agosto, a União Europeia e os EUA anunciaram estar a rever a resposta de Teerão a um “texto final” proposto pelos europeus, depois de o Irão ter dito que tinha apresentado as suas “propostas finais”.

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