12 agosto 2022 18:31

A água é um bem escasso na aridez da Somália pela qual as pessoas são obrigadas a percorrer quilómetros até às fontes
yasuyoshi chiba/afp/getty images
Fome em África não é facto inédito, mas há forte contribuição das alterações climáticas
12 agosto 2022 18:31
O aeroporto de Mogadíscio fervilha. A maioria dos passageiros aguarda ordem de embarque num dos vários voos esgotados que estão de partida para destinos domésticos. Guriel, Baidoa, Kismayo, todo o território da Somália se tornou demasiado perigoso para viajar por terra e só o faz quem não tem alternativa. Ou por ser demasiado pobre para voar ou para ter consigo o que valha a pena ser extorquido num dos postos de controlo que cobrem os cruzamentos do território. A surpresa está garantida, porque podem ser postos de controlo dos islamistas Al-Shabaab, do exército, de outras milícias ou de bandidos locais.
Um voo na companhia Renegade Air custa relativamente mais do que um voo internacional entre, digamos, Frankfurt e Nairobi. A Somália cumpre o tantra “países badass têm companhias aéreas badass”, como comenta a repórter da agência noticiosa alemã DPA que descreveu ao Expresso a situação vivida no aeroporto da capital somali.