Internacional

Myanmar: Conselho de Segurança da ONU condena execuções de quatro opositores

Refugiados rohingya fogem para o vizinho Bangladesh
Refugiados rohingya fogem para o vizinho Bangladesh
Paula Bronstein/Getty Images

Os 15 membros do Conselho de Segurança condenaram as execuções e pediram a continuidade do diálogo "com todas as partes envolvidas e a "reconciliação de acordo com a vontade e os interesses do povo de Myanmar"

O Conselho de Segurança da ONU condenou as execuções de quatro opositores em Myanmar (ex-Birmânia) e pediu a libertação das pessoas arbitrariamente detidas, incluindo a líder Aung San Suu Sky e o Presidente birmanês, Win Myint.

Os 15 membros do Conselho de Segurança (cinco permanentes e dez temporários) condenaram as execuções durante a sua reunião de quarta-feira na sede da ONU e pediram a continuidade do diálogo "com todas as partes envolvidas e a "reconciliação de acordo com a vontade e os interesses do povo de Myanmar", segundo um comunicado do organismo.

A condenação, aprovada por membros próximos do regime birmanês, como Rússia e China, apoiou a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que na segunda-feira condenou duramente as execuções, sublinhando que estas prejudicam as negociações para estabilizar o país.

Os quinze membros do Conselho de Segurança apoiaram a ASEAN nos seus esforços para implementar os cinco pontos de consenso acordados com o regime birmanês há mais de um ano, incluindo o fim da violência contra civis e o início de um diálogo entre todas as partes envolvidas no conflito.

O Conselho de Segurança também pediu "a cessação imediata de todas as formas de violência, incluindo ataques à infraestrutura e centros de saúde e educação", e reiterou o seu apoio à "transição democrática" em Myanmar.

A junta militar birmanesa, que chegou ao poder após o golpe em 01 de fevereiro de 2021, anunciou na segunda-feira que executou quatro ativistas pró-democracia acusados de "atos terroristas".

Estas são as primeiras execuções em décadas no país asiático.

Entre os executados estão o ex-deputado da Liga Nacional para a Democracia Phyo Zeya Thaw e o ativista e escritor Kyaw Min Yu - conhecido como Ko Jimmy -, que foram condenados em janeiro por acusações de terrorismo devido as suas atividades contra a junta.

As execuções aconteceram apesar da forte pressão interna e do estrangeiro para o seu cancelamento e despertaram preocupação com as cerca de cem pessoas condenadas à morte no país, que está mergulhado numa crise política, económica e social, desde o golpe militar de fevereiro de 2021.

A tomada do poder em Myanmar pelo general Min Aung Hlain foi acompanhada pela detenção dos principais opositores, incluindo a líder deposta Suu Kyi, e uma forte repressão contra a população que custou a vida de pelo menos 2.131 pessoas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas