As forças russas atacaram a Ucrânia, esta madrugada, a partir de três frentes. Como confirmou o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, a Rússia lançou um ataque a partir do leste, norte e sul. As tropas entraram a partir da Rússia, Bielorrússia e Crimeia, respetivamente.
Os ataques foram, sobretudo, concentrados a leste, na fronteira entre Ucrânia e Rússia, com destaque para Luhansk e Donetsk, os territórios pró-russos, onde várias aldeias já estão ocupadas.
Mais a norte, houve relatos de tropas a atravessar a fronteira de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, e também Sumy e Chernigov. As movimentações terrestres alastraram-se a Kiev (capital) e Lutsk.
A sul do país, os militares atacaram a partir da Crimeia, sendo especialmente afetadas as cidades costeiras de Odessa e Mariupol, importantes para o comércio portuário.
“Operação militar especial” já se espalhou pelo país
A invasão escalou e várias regiões da Ucrânia foram entretanto atingidas. Mísseis russos “choveram” sobre muitas cidades, incluindo na capital. Em Kiev, as explosões começaram a ser ouvidas antes do amanhecer. Os estrondos dispararam perto do aeroporto principal e as sirenes soaram por toda a cidade.
Vários centros de comando militar em Kiev e Kharkiv foram atingidos por mísseis. Nesta última cidade, muito próxima da fronteira russa, as janelas dos edifícios tremiam graças às explosões constantes, relata a agência Reuters.
A ofensiva russa começou na madrugada desta quinta-feira, depois de o Presidente Vladimir Putin ter autorizado o que chamou de “operação militar especial” contra a Ucrânia, com o objetivo de “desnazificar” o país vizinho.
A Ucrânia alertou que a Rússia está a bombardear todo o país até à região ocidental de Lviv. Além das principais frentes de entrada – leste, norte e sul -, também foram relatados ataques a oeste da Ucrânia, incluindo em Lutsk e Ivano-Frankivsk.
“Os militares ucranianos estão a lutar arduamente. O nosso exército está a ripostar, infligindo perdas significativas ao inimigo”, disse Mykhailo Podolyak, conselheiro do Presidente ucraniano, depois de identificar as três principais zonas de ataque.
Outro conselheiro presidencial, Oleksii Arestovich, adiantou que a Rússia tem como alvo bases aéreas e várias infraestruturas militares. De acordo com Arestovich, as tropas russas avançaram inicialmente cerca de cinco quilómetros pelo território ucraniano, estando já espalhadas por vários pontos do país agora.
Invasão russa é “em larga escala”
Oficiais ucranianos dos serviços de guarda fronteiriça e de outros locais também relataram uma incursão blindada da Bielorrússia através do posto fronteiriço de Senkivka, no norte do país, apoiada por tropas bielorrussas. Mas o Presidente da Bielorrússia diz não estar envolvido no ataque.
A esta altura, a invasão russa na Ucrânia é total. O chefe da diplomacia ucraniano, Dmytro Kouleba, acusou a Rússia de ter iniciado uma “invasão em larga escala”.
Na sequência da invasão do país, o Presidente da Ucrânia anunciou o corte das relações diplomáticas com a Rússia. Volodymyr Zelensky pediu ajuda para defender país e proteger espaço aéreo, porque Putin “desencadeou uma guerra com a Ucrânia e com o mundo democrático”.
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