20 janeiro 2022 13:32
Foto: Getty Images
Embora o Papa emérito continue a manter que não sabia de casos de abuso sexual na Igreja, um relatório agora publicado põe em causa as suas declarações. Bento XVI foi informado sobre abusos cometidos por padres, concluiram os investigadores
20 janeiro 2022 13:32
O Papa Bento XVI sabia de padres que abusavam de crianças quando foi arcebispo de Munique, entre 1977 e 1981, mas não tomou qualquer ação, conclui uma investigação agora apresentada. Os seus autores publicaram esta quinta-feira um relatório da arquidiocese, que compromete as declarações de longa data mantidas por Bento XVI, alegando desconhecimento.
O advogado Martin Pusch anunciou em Munique as conclusões da investigação. “Ele foi informado sobre os factos”. Em face do apurado, acrescentou, “acreditamos que ele pode ser acusado de má conduta em quatro casos”. “Dois desses casos dizem respeito a abusos cometidos durante o seu mandato e sancionados pelo Estado”, precisou: “Em ambos os casos, os perpetradores permaneceram ativos na pastoral”.
Os advogados do escritório de advocacia Westpfahl Spilker Wastl, citados pela CNN, afirmam que o Papa emérito continua a negar todas as acusações. Mas a informação agora revelada sobre sobre os casos de abuso sexual na Arquidiocese de Munique – ao longo de várias décadas – põe em causa a posição que Bento XVI tem defendido.
Depois de anos em que se especulou sobre o quanto realmente sabia sobre o assunto, Martin Pusch afirmou que “durante o seu mandato, ocorreram casos de abuso”. Sublinhou ainda que “nesses casos, esses padres continuaram o seu trabalho sem sanções”. “A Igreja não fez nada”, disse, para concluir que, apesar de Bento XVI alegar que “não sabia de certos factos”, os investigadores acreditam “que não seja assim”, de acordo com o que foi apuraram.
Resta esperar pelos próximos desenvolvimentos.