"Os Estados Unidos podem difamar, oprimir, coagir e intimidar arbitrariamente outros países sem pagarem por isso. Defendem o seu egoísmo e o seu comportamento hegemónico com base numa 'ordem' e 'regras', mas quantas pessoas acreditam agora nelas", questionou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.
"Vejam o que está a acontecer agora no Afeganistão, isto enviou um sinal claro para o mundo do que é a chamada 'ordem americana': intervir militarmente num Estado soberano, sem assumir responsabilidades pelo sofrimento causado ao seu povo", acrescentou o porta-voz.
Segundo Wang, os EUA fazem "o que querem, sem levar em conta a opinião da comunidade internacional, inclusive a dos seus próprios aliados".
"Esta é a 'ordem' que os Estados Unidos querem", concluiu Wang.
Harris acusou hoje Pequim de realizar "ações intimidatórias" perto das ilhas Spratly e Paracel, cuja soberania a China disputa com o Vietname, Filipinas ou Malásia.
"Coagir e intimidar"
De acordo com a vice-presidente americana, Pequim está a "coagir e intimidar" para "reivindicar a grande maioria do Mar do Sul da China".
"Estas reivindicações ilegais já foram rejeitadas em 2016", disse Harris, em Singapura, referindo-se à decisão do Tribunal de Haia a favor das Filipinas sobre as reivindicações territoriais naquelas águas.
Apesar da contundência das suas palavras contra Pequim, Kamala Harris esclareceu que o seu compromisso de segurança com o Sudeste Asiático "não é contra nenhum país".
Nos últimos anos, Pequim construiu instalações em ilhas artificiais que podem ser utilizadas para fins militares, o que gerou preocupação nos países vizinhos e nos Estados Unidos, que preconizam a livre navegação em toda a região.
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