Trump vai continuar suspenso do Facebook e do Instagram
JIM WATSON
Apesar da prorrogação da suspensão, conselho de supervisão exige reposicionamento da empresa nos próximos seis meses. Exige-se agora uma “resposta proporcional” que seja coerente com as regras e que seja aplicada a todos os utilizadores daquela plataforma, sem exceção
O conselho de supervisão do Facebook confirmou esta quarta-feira a prorrogação da suspensão de Donald Trump daquela rede social e também do Instagram, mas negou que a mesma deva ser de natureza permanente, conta a BBC.
Aquele organismo ordenou à empresa a revisão do posicionamento face a Trump, banido de Facebook e Instagram por tempo indefinido depois da invasão ao Capitólio, a 6 de janeiro. Mais: é exigida à empresa agora uma “resposta proporcional”, que seja coerente com as regras e que seja aplicada a todos os utilizadores daquela plataforma, sem exceção. Essa resposta terá de ocorrer nos próximos seis meses.
Na altura da suspensão, recorda a Reuters, o patrão da Facebook, Mark Zuckerberg, escreveu o seguinte numa publicação: “Acreditamos que os riscos de permitir que o Presidente continue a utilizar os nossos serviços durante este período são demasiado elevados. Por isso, vamos alargar o período de bloqueio às suas contas de Facebook e Instagram por tempo indeterminado, mas pelo menos por duas semanas, até uma transição pacífica poder estar concluída". Depois disso, o caso foi entregue ao conselho de supervisão da empresa, que conta com académicos, advogados e ativistas de direitos.
Na altura, na ressaca do que foi considerado um ataque à democracia norte-americana, o Twitter também decidiu impedir Donald Trump de publicar, uma vez que o Presidente optou por utilizar a sua conta para desculpar os invasores ou pelo menos colocar-se do lado de algumas das suas reivindicações. Primeiro disse que a atitude dos revoltosos não era assim tão estranha, dado que eles, disse Trump, se sentiam "defraudados". Pouco depois ofendeu o seu vice-presidente, Mike Pence, por este se ter recusado a negar a confirmação de Joe Biden como Presidente-eleito, algo que a Constituição nem permite. Numa terceira publicação, via-se um vídeo de Trump a pedir aos seus apoiantes que fossem para casa, mas não sem antes repetir várias vezes que as eleições presidenciais foram uma fraude.
“Em resultado da situação violenta sem precedentes em Washington, DC, exigimos a remoção de três tweets da conta @realDonaldTrump que foram publicados hoje por violações repetidas e graves da nossa política de integridade cívica”, defendeu então a equipa de segurança do Twitter naquela mesma rede social.
O Twitter seguiu o exemplo do Facebook, que removera o mesmo vídeo uns minutos antes. “Esta é uma situação de emergência e estamos a tomar as medidas de controlo que achamos adequadas, de entre as quais a remoção do vídeo do Presidente Trump que, acreditamos, contribui, em vez de diminuir, para o risco de violência contínua”, explicou no Twitter Guy Rosen, vice-presidente de equipa de controlo de publicações nocivas no Facebook.
A plataforma
O agora ex-Presidente dos Estados Unidos vai regressar às redes sociais dentro de três meses, foi anunciado a 21 de março. O regresso será através "da sua própria plataforma".
"Penso que vamos ver o Presidente Trump de regresso às redes sociais provavelmente daqui a dois ou três meses, com a sua própria plataforma", disse então à Fox News Jason Miller, um conselheiro do antigo chefe de Estado norte-americano.
Miller não deu mais informações sobre esta plataforma, indicando apenas que estão a decorrer várias reuniões em Mar-a-Lago, a residência do empresário republicano milionário na Flórida.
"Não há apenas uma empresa que contactou o Presidente, há várias", informou o conselheiro, acrescentando que "esta nova plataforma será qualquer coisa de grande", capaz de atrair "milhões e milhões de subscritores".
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