O PSOE, o Podemos e os seus parceiros nacionalistas rejeitaram esta manhã, no Conselho de Porta-vozes do Congresso dos Deputados, o pedido para a criação de uma comissão de investigação sobre o alegado financiamento ilegal do partido de Pablo Iglesias. A proposta (que partiu do PP e teve o apoio do Ciudadanos e do Vox) não chega assim ao Plenário, apesar das irregularidades denunciadas pelo Tribunal de Contas e que serão apuradas pela Justiça.
O PP considera que há indícios de que os dirigentes do Podemos “utilizaram recursos públicos em benefício privado ou do seu próprio partido”, o que se soma “às desconfianças sobre o financiamento” do partido, dadas as suas ”ligações públicas com ditaduras internacionais”, numa referência à Venezuela ou ao Irão.
“Os processos judiciais serão resolvidos”, concluía a exposição do PP, onde era justificada a proposta, com o partido a considerar que a investigação parlamentar “ajudaria a limitar os efeitos perniciosos que estes acontecimentos têm na imagem de Espanha no exterior”.
A denúncia de financiamentos irregulares, que partiu do ex-advogado do Podemos, José Manuel Calvente, colocou o partido sob os holofotes da justiça. O titular do Juízo de Instrução n.º 42 de Madrid, Juan José Escalonilla, considerou a força política de esquerda enquanto pessoa jurídica numa investigação por suspeita de financiamento irregular, desfalque e administração desleal, entre outros possíveis delitos.
A decisão do juiz foi tomada após ouvir a denúncia de Calvente, a 29 de julho, que implicou o secretário da comunicação e responsável pelas campanhas do Podemos, Juan Manuel del Olmo (um colaborador próximo de Pablo Iglésias), bem como o tesoureiro e a diretora do partido, respetivamente Daniel de Frutos e Rocío Esther Val. Os três vão prestar declarações a 20 de novembro, na qualidade de investigados.
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