O príncipe André, duque de Iorque, ainda não cooperou com as autoridades dos EUA que investigam as alegadas práticas de tráfico sexual do milionário Jeffrey Epstein e os seus cúmplices. O ponto de situação foi feito esta segunda-feira por Geoffrey Berman, procurador federal do distrito sul de Nova Iorque, à frente da mansão de Epstein.
O FBI e os procuradores federais americanos entraram em contacto com os advogados do príncipe e solicitaram uma entrevista com André. Até segunda-feira, “o príncipe André forneceu zero cooperação”, sublinhou Berman num evento promovido pelo Safe Horizon, um grupo que luta por mais proteção legal para as vítimas de abuso.
Em novembro do ano passado, em entrevista à BBC, o príncipe mostrou-se disposto a ajudar nas investigações “se necessário”.
Epstein socializou com André e outras figuras públicas, incluindo o atual Presidente dos EUA, Donald Trump, e o ex-Presidente Bill Clinton.
Epstein encontrado morto na cela
Em agosto, o milionário foi encontrado morto na sua cela pouco mais de um mês depois de ter sido preso, sob a acusação de traficar dezenas de menores do sexo feminino, pelo menos entre 2002 e 2005. Apesar do suicídio de Epstein, aos 66 anos, prosseguem as investigações a possíveis cúmplices.
Segundo os procuradores, o milionário, que se declarou inocente, recrutava raparigas para lhes fazer massagens que se tornavam sexuais.
Em 2008, Epstein declarou-se culpado de uma acusação do estado da Florida de solicitar prostituição, acabando por cumprir uma pena de 13 meses de prisão. A sentença foi amplamente criticada por ser muito branda.
André nega acusação de abuso sexual
O príncipe André, o terceiro filho da rainha Isabel II, descreveu a sua ligação a Epstein como um mau julgamento da sua parte e, após a entrevista à BBC, abandonou os seus “deveres públicos”.
O duque de Iorque nega a alegação de Virginia Giuffre, que o acusa de ter abusado dela quando ela tinha 17 anos num encontro organizado por Epstein. Segundo o processo de Giuffre, o milionário forçou-a a ter sexo com ele e com amigos, incluindo o príncipe.
A procuradora-geral das Ilhas Virgens Americanas, Denise George, processou este mês o património de Epstein, alegando que o milionário violou e traficou dezenas de jovens mulheres e raparigas numa ilha particular que possuía naquele território das Caraíbas. Esta denúncia alarga significativamente o âmbito da alegada conduta sexual imprópria de Epstein ao declarar que esta decorreu entre 2001 e 2018 e visou raparigas que aparentavam ter 11 ou 12 anos.
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