O vulcão Whakaari da Nova Zelândia está a registar um aumento da atividade sísmica, o que obriga a uma interrupção das operações de resgate, na sequência da erupção de segunda-feira que matou pelo menos seis pessoas.
“Desde as 4h desta manhã, o nível de tremor vulcânico aumentou significativamente na ilha. A situação continua altamente incerta quanto à atividade futura. É provável que ocorram erupções nas próximas 24 horas”, anunciou esta quarta-feira a agência geológica GeoNet em comunicado.
As autoridades esperavam conseguir recuperar os corpos de oito pessoas que se acredita estarem mortas na ilha. Além das seis vítimas mortais já confirmadas, 25 pessoas encontram-se hospitalizadas em estado crítico com queimaduras graves, enquanto cinco outras apresentam um quadro estável mas sério.
Voos de reconhecimento não mostram sinais de vida
A primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, disse ter falado com muitos dos envolvidos nas operações e que estes estão “muito, muito ansiosos para voltar para lá” e “levar os entes queridos das pessoas de volta para casa”. No entanto, tendo em conta a atualização mais recente da GeoNet, não lhes resta senão esperar, afirmou a polícia.
Há ainda registo de gases venenosos no ar, vindos do topo do vulcão, estando a ilha coberta por uma espessa camada de cinzas ácidas.
Enquanto isso, continua o processo de identificação das vítimas. Voos de reconhecimento não mostram sinais de vida na ilha e as autoridades não acreditam que possa haver sobreviventes entre os oito desaparecidos, pelo que o número de vítimas mortais deverá elevar-se às 14.
Investigação apurará se há “um criminoso responsável pelas mortes”
Em declarações à rádio pública da Nova Zelândia RNZ, o ministro Stuart Nash, com a pasta das polícias, revelou que “há várias pessoas no hospital que não conseguem comunicar” e com “queimaduras significativas não apenas na pele, mas também em órgãos internos”. “Desejamos-lhes o melhor mas ainda não estão fora de perigo, disso não há dúvida”, sublinhou.
A polícia neozelandesa anunciou esta terça-feira que vai abrir uma investigação criminal para determinar se houve responsabilidades dos operadores turísticos e outras instituições. O comando da polícia não esclareceu até que ponto a investigação irá mas afirmou que os operadores turísticos vão ser investigados.
“Será analisado se existe um criminoso responsável pelas mortes. Ainda é muito cedo para anunciar”, disse o vice-comissário da polícia, John Tims. E acrescentou: “Não podemos dizer a 100% que estão todos mortos mas há fortes indícios de que não resta ninguém vivo na ilha.”
A White Island é um popular destino turístico, disponibilizando excursões diárias e voos panorâmicos sobre o vulcão. Pelos menos 47 turistas estavam na cratera no momento das duas explosões de sucessão rápida na segunda-feira.
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