Kim concorda abolir “permanentemente” instalações de mísseis mas aguarda sinais dos EUA
19.09.2018 às 9h23

Pyeongyang Press Corps/Getty Images
O líder norte-coreano Kim Jong-un e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, afirmaram querer transformar a península coreana numa “terra de paz sem armas nem ameaças nucleares.” Kim anunciou que visitará Seul num futuro próximo, naquela que será a primeira visita à capital sul-coreana de um líder da Coreia do Norte. O encontro servirá como teste decisivo para as negociações paralisadas entre Pyongyang e Washington
A Coreia do Norte concordou abolir “permanentemente” as suas instalações de mísseis na presença de especialistas estrangeiros e mostrou-se disponível para fechar o seu principal complexo nuclear se os EUA tomarem medidas recíprocas. A informação foi avançada esta quarta-feira pelo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.
Em conferência de imprensa conjunta, Moon e o líder norte-coreano Kim Jong-un afirmaram estar de acordo quanto a transformar a península coreana numa “terra de paz sem armas nem ameaças nucleares.” Kim anunciou que visitará Seul num futuro próximo, naquela que será a primeira visita à capital sul-coreana de um líder da Coreia do Norte.
Este encontro, o terceiro entre os dois líderes só este ano, servirá como teste decisivo para as negociações paralisadas entre Pyongyang e Washington e como reunião preparatória para uma outra cimeira que Kim propôs recentemente ao Presidente dos EUA, Donald Trump, depois do encontro histórico de junho em Singapura.
“Oportunidade histórica” para Pyongyang
Na terça-feira, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Heather Nauert disse que Washington espera que a cimeira intercoreana traga “passos significativos e verificáveis para a desnuclearização da Coreia do Norte”, classificando-a como uma “oportunidade histórica” para Kim seguir em frente com os compromissos que assumiu com Trump.
Pyongyang já anunciou ter destruído o seu principal local de teste de motores nucleares e de mísseis e suspendido os testes de mísseis atómicos e balísticos. No entanto, as autoridades e analistas dos EUA acreditam que a Coreia do Norte continua a trabalhar nos seus planos nucleares de forma clandestina.
Por sua vez, as autoridades de Pyongyang pretendem uma declaração formal do fim da Guerra das Coreias (1950-53), que terminou em tréguas mas sem um acordo de paz, e condenaram as exigências “semelhantes a gangsters” para que abandonem o programa nuclear unilateralmente.