O painel moderado por Miguel Castro Neto, dean da Nova IMS (à direita na foto) contou com a presença de Ivo Bernardo, da Dare Data; Jorge Rodrigues da Ponte, do IRN; Andres Ortola, da Microsoft; João Dias, da AMA; e Pedro Folgado, da CIM Oeste (da direita para a esquerda)
José Fernandes
O painel moderado por Miguel Castro Neto, dean da Nova IMS (à direita na foto) contou com a presença de Ivo Bernardo, da Dare Data; Jorge Rodrigues da Ponte, do IRN; Andres Ortola, da Microsoft; João Dias, da AMA; e Pedro Folgado, da CIM Oeste (da direita para a esquerda)
José Fernandes
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Aproveitar as oportunidades e combater a má utilização são os grandes desafios da (r)evolução silenciosa da inteligência artificial, cuja incógnita é ainda a forma que assumirá. Até lá, a humanidade segue para o próximo nível. Conheça as conclusões da conferência "Open AI Alliance" - Let"s take Chat GPT to The Next Level", que decorreu esta manhã na Nova IMS
Fátima Ferrão
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Se a inteligência artificial (IA) generativa fosse um comboio seria certamente um TGV, como resultado da capacidade de análise de milhares de milhões de parâmetros de dados. E se parece difícil elevar esta capacidade de avaliação, surpreenda-se: o primeiro projeto de IA generativa, criado em 2018, conseguia analisar 340 milhões de parâmetros em simultâneo mas, dois anos depois, o GPT3 - o antecessor do mais famoso chat bot lançado no final de 2022 - era capaz de recorrer a 175 mil milhões de parâmetros. E bastaram mais dois anos apenas para o GPT4 avaliar um trilião. "Pode dizer-se que o GPT3 era um aluno mediano, com percentil 10, e o GPT4 é um aluno com percentil 90", explica Manuel Dias. "Não é possível parar este comboio em movimento", reforça o administrador da Microsoft Portugal que foi o keynote speaker na conferência Open AI Alliance" - Let"s take Chat GPT to The Next Level", promovida pela Nova IMS, e que teve o Expresso como media partner.
Mas sistemas com capacidades sobre humanas podem despertar sentimentos que vão da admiração ao medo, o que explica as polémicas levantadas em torno do Chat GPT. "Não devemos ser substituídos pela IA, mas por pessoas que sabem tirar o melhor partido dela", tranquiliza Manuel Dias. "Uma oportunidade única de transformar e de desenvolver competências e de inovar", completa Miguel Castro Neto, dean da Nova IMS, que moderou o painel de debate que contou com a presença de um conjunto de representantes de instituições públicas, tecnológicas e startups.
Na sua opinião, a academia tem um papel estruturante e fundamental na investigação e transferência de conhecimento. Por isso, acrescenta, "desenvolvemos hoje projetos de inovação pedagógica e de criação de valor que promovem a transferência de conhecimento para a sociedade, colocando ao serviço das empresas e da administração pública a capacidade de explorar o seu potencial na criação de vantagens competitivas ou de reengenharia de processos".
Alguns desses projetos, essencialmente na administração pública, foram apresentados durante a conversa que juntou Pedro Folgado, presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste (CIM), João Dias, presidente da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), Andres Ortola, diretor -geral da Microsoft Portugal, Jorge Rodrigues da Ponte, vice-presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN), e Ivo Bernardo, fundador da Dare Data, com destaque para o assistente virtual para os serviços públicos, que será apresentado publicamente esta sexta-feira, mas que por hoje ainda está no segredo dos deuses.
Conheça as outras conclusões.
Produtividade e eficiência
João Dias defende que um melhor serviço de informação e apoio à população permitirá aumentar a produtividade dos funcionários públicos que trabalham no atendimento ao público, reduzindo a procura para a simples recolha de informação. "Isto torna os serviços mais eficientes", diz.
30% dos líderes inquiridos pelo World Trend Index, da Microsoft, esperam que a IA lhes permita aumentar a produtividade do negócio.
Nas autarquias, diz Pedro Folgado, a IA permitirá antecipar problemas e decisões, e responder a questões concretas de forma mais eficaz.
Ética e controlo
"Precisamos de sistemas e de processos que garantam o controlo da veracidade dos dados e a sua utilização ética", alerta Andres Ortola.
"Responsabilidade é essencial para acompanhar esta curva de evolução tecnológica tão acentuação", diz Ivo Bernardo que reforça a importância de trazer para a discussão pública a análise daquele que põe ser o verdadeiro impacto da IA na sociedade."Há um risco de desinformação".
"Temos que estar vigilantes porque o caminho é longo", acredita Jorge Rodrigues da Ponte.
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