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Sector do metal apresenta estratégia até 2030

A indústria metalúrgica e metalomecânica é uma das mais diversificadas e inclui a produção de equipamentos pesados, mas também de talhares ou latas de atum
A indústria metalúrgica e metalomecânica é uma das mais diversificadas e inclui a produção de equipamentos pesados, mas também de talhares ou latas de atum
D.R.

O documento será divulgado na quarta-feira, 3 de maio, numa conferência a que o Expresso se associa e onde haverá também um debate sobre como as empresas desta área têm crescido mesmo em tempo de crise

Ana Baptista

Os últimos três anos não foram fáceis para nenhum sector da economia. Dois anos de pandemia e uma guerra fizeram disparar os preços da energia, das matérias-primas e dos transportes, mas também fizeram disparar a inflação e, consequentemente, as taxas de juro, levando a uma acentuada perda de poder de compra e a dificuldades no pagamento de créditos já existentes e no pedido de novos empréstimos.

O sector metalúrgico e metalomecânico, como as outras indústrias em Portugal, sofreu com o aumento dos preços da energia - porque são um sector de uso intensivo de gás natural e eletricidade -; com o aumento dos custos de transporte e as dificuldades de abastecimento e logística; e com o aumento do custo das matérias-primas. Só as chapas de aço tiveram aumentos de 80% durante a pandemia e agora ainda estão 50% acima do valor registado antes da pandemia.

Ainda assim, “o sector já mostrou que é no tempo de crise que mais cresce”, diz Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP). De facto, nos últimos dois anos o sector atingiu recordes nas exportações. Em 2021 chegaram aos €19.886 milhões, mais 16,2% face a 2020 e 1,5% acima de 2019. E em 2022, atingiram novo recorde, ao vender ao exterior €23.080 milhões. Em seis dos 12 meses do ano passado as vendas para o exterior superaram os €2 mil milhões e um deles foi dezembro, um mês “que habitualmente não é o mais forte devido ao período festivo e de férias associado ao Natal e ano novo” e no qual “as exportações somaram €1.706 milhões, 10% acima de dezembro do ano anterior”, pode ler-se num comunicado da AIMMAP enviado no início de 2023.

16,1%

foi quanto as exportações do sector do metal cresceram em 2022 face ao ano anterior

Porque o sector mudou e por causa do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do PT 2030, “que é o último programa para as indústrias se modernizarem com apoios públicos europeus”, a AIMMAP decidiu elaborar um estudo que faz uma análise e diagnóstico do sector e traça uma visão estratégica até 2030, explica Rafael Campos Pereira.

Este estudo será apresentado esta quarta-feira, 3 de maio, num evento na Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP), que contará com duas partes autónomas. Numa primeira parte será apresentado o documento, que foi financiado por meios públicos, e na segunda parte haverá um debate sobre o crescimento do sector e as estratégias que têm definidas para o futuro para manter esse mesmo crescimento, mas sempre tendo em conta as atuais circunstâncias e incertezas económicas e geopolíticas.

“[O PT 2030] é o último programa para as indústrias se modernizarem com apoios públicos europeus", reforça Rafael Campos Pereira

Conferência Crescer

O que é?

É uma conferência organizada pela AIMMAP em parceria com o Expresso onde será apresentada a nova visão estratégica para o sector até 2030 e ainda debatidas as estratégias de crescimento de algumas das empresas que compõem a a metalurgia e a metalomecânica.

Quando, onde e a que horas?

Dia 3 de maio, quarta-feira, na Faculdade de Engenharia do Porto das 15h00 às 18h30, e a partir das 19h30 no Facebook do Expresso.

Quem vai estar presente?

  • Vítor Neves, presidente da direcção da AIMMAP
  • Nuno Matos Sequeira, CEO da Solzaima
  • Paulo Sousa, CEO da COLEP
  • Cristina Bóia, CEO da Extrusal
  • Rafael Campos Pereira, vice-presidente executivo da AIMMAP
  • António Saraiva, ex-presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP)

Porque é que este encontro é central?

Desde 2005/2006 que não se compila num só documento um diagnóstico do sector do metal e, depois de uma pandemia e de uma guerra na Europa, que obrigou estas empresas e indústrias a mudar tudo nos seus negócios e estratégias de gestão, decidiu-se que seria a altura certa para fazer essa análise e definir uma nova visão até 2030.


Onde posso ver?

Aqui

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