Nos últimos meses têm-se multiplicado as notícias e reportagens sobre a crise que se vive atualmente na habitação. Por um lado, por causa da subida significativa e continuada dos preços das casas - não só em Lisboa e Porto, mas também nas cidades ditas secundárias e do interior. E, por outro, pelo aumento das taxas de juro que, segundo disseram recentemente os representantes dos vários bancos a operar em Portugal, já começaram a deixar algumas famílias com dificuldades em pagar os seus empréstimos que, em alguns casos, subiram 200 ou mais euros.
O problema é que, para o sector, não há um fim imediato à vista para esta crise.
Do lado dos preços das casas, a solução é aumentar a oferta e isso não acontece de um dia para o outro. Aliás, ainda esta segunda-feira o Confidencial Imobiliário divulgou que “os preços de venda das casas em Portugal Continental aumentaram 4,3% no 1º trimestre deste ano face ao trimestre anterior, retomando a trajetória de aceleração das subidas”.
Do lado das taxas de juro, tudo depende das decisões do Banco Central Europeu que a 7 de abril antecipou um novo agravamento para maio, caso a inflação suba mais que o previsto nas projeções económicas. Aliás, segundo noticiou a SIC Notícias nessa altura, os analistas estimam que pode ser possível haver mais dois aumentos da taxas de juro ainda este ano e o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, alertou mesmo que as taxas de juro deverão continuar a subir até ao verão.
Nem as medidas do programa Mais Habitação aprovado recentemente pelo Governo parecem trazer mais confiança ao sector, como assinalou a última edição do Portuguese Investment Property Survey, um inquérito conduzido pela Confidencial Imobiliário e pela Associação Portuguesa dos Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), que “revela que 91% dos promotores imobiliários inquiridos considera que o pacote “Mais Habitação” terá efeitos negativos sobre o mercado residencial”.
É, na procura de soluções viáveis, que o Expresso e a SIC Noticias, no âmbito da 5ª edição dos Prémios do Imobiliário, organizam esta quarta-feira um debate sobre o futuro da habitação e do setor imobiliário em Portugal, no qual já se nota uma redução da actividade. De acordo com a Confidencial Imobiliário, ter-se-ão vendido, no primeiro trimestre deste ano, 35.500 casas no país, “um nível que, apesar de exibir pouca diferença face às 36.600 transações do 4º trimestre de 2022 (-3%), assinala o terceiro trimestre consecutivo de quebra de atividade”.
As principais medidas do programa Mais Habitação serão, por isso, um dos pontos centrais do debate desta quarta-feira, nomeadamente as mais polémicas, como o arrendamento coercivo de casas devolutas e o fim das novas licenças de alojamento local e dos vistos gold, mas também a fiscalidade envolvida nas medidas do governo e as mudanças no licenciamento.
O que é?
É uma conferência organizada pelo Expresso e pela SIC Notícias no âmbito da 5ª edição dos Prémios do Imobiliário, onde se pretende debater o futuro da habitação e do sector e as inevitáveis medidas do programa Mais Habitação.
Quando, onde e a que horas?
Dia 26 de abril, quarta-feira, das 11h30 às 13h na Impresa e através do Facebook do Expresso.
Quem vai estar presente?
Pedro Fugas - Tax Partner at EY Portugal
Hugo Santos Ferreira – Presidente da APPII
Pedro Calado – Presidente da Câmara Municipal do do Funchal
Ricardo Guimarães - Diretor da Confidencial Imobiliário
Pedro Brinca – Professor de Economia na Nova SBE
Porque é que este encontro é central?
Não parece haver um fim para a crise na habitação. Os preços continuam a subir e as taxas de juro poderão voltar a aumentar, deixando mais famílias em dificuldades para cumprir com os seus empréstimos.
Onde posso ver?
Aqui
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