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Dados abrem a porta para a próxima etapa da humanidade

Ao longo do dia, vários especialistas de diferentes áreas juntaram-se no debate “Data with Purpose Summit: Vamos falar de dados?” para discutir o impacto dos dados na tomada de decisões por parte da gestão, na atração de talento, ou na implementação de novas ferramentas ligadas à inteligência artificial. Com a certeza que os efeitos já se sentem

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A cada segundo surgem novos dados que influenciam a forma como as empresas e o sector público funcionam e obrigam as organizações a investir cada vez mais tempo e recursos para tirar o máximo partido do volume massivo de informação disponível. O que nem sempre é fácil e muitas vezes pode parecer demasiado complexo.

Mas a marcha dos dados e da sua influência parece imparável e obriga todos a acompanharam-na, ao mesmo tempo que ligados à sua análise surgem novos instrumentos que apontam para caminhos que podem mudar profundamente a forma como a sociedade se organiza. É o caso da inteligência artificial e ferramentas como o ChatGPT, que até há poucos meses não pareciam possíveis.

É uma nova etapa que obriga todos a atualizarem-se e a perceberem como adaptar os seus métodos para tirar o melhor partido das informações, gerar valor acrescentado, e que esteve em discussão no evento “Data with Purpose Summit: Vamos falar de dados?”, organizado pela Nova IMS em parceria com o Expresso, que ao longo do dia juntou vários especialistas para traçar um retrato alargado do que podemos esperar.

A reitoria da Universidade Nova de Lisboa foi o palco da conferência que contou com a presença de Miguel de Castro Neto, diretor da Nova IMS; Peter Coughlan, co-fundador da Hasten Ventures; Nuno Barboza, CEO da BI4ALL; Ricardo Gonçalves, diretor do Centro de Inteligência Artificial & Analítica na Fidelidade; Sandra Galvão Pisco, Customer Advisor for Risk Finance na SAS; Ana Vicente, diretora de Pessoas & Cultura na Sonae Sierra; Joana Loureiro, diretora de Recrutamento e Marca Empregadora na Jerónimo Martins; Diogo Silva Santos, líder de Dados para a Europa Ocidental na Fujitsu; Bruno Tinoco, responsável pela área de Data Science e IA no Novo Banco; Teresa Girbal, vice-presidente na eSPap; Manuel Dias, diretor nacional de Tecnologia na Microsoft Portugal; Rui Borges, CEO da Plot Content; Gonçalo Bernardes, membro do Conselho Executivo da Unilever FIMA; Rita Pinho Branco, diretora de Comunicação, Marketing e Digital no Montepio Associação Mutualista, Manuel Cabugueira, consultor sénior no PlanApp; Miguel Agrochão, vogal do Conselho Diretivo do INA; João Dias, presidente do Conselho Diretivo da AMA; José António Viegas Ribeiro, subinspetor-geral de Finanças; Clara Raposo, vice-governadora do Banco de Portugal; Madalena Tomé, CEO da SIBS; Rui Sabino, CEO da ESRI Portugal; Francisco Pedro Balsemão, CEO do Grupo Impresa; e Manuel Lima, membro da Royal Society of Arts e TED Speaker.

Conheça as principais conclusões do dia.

Melhores decisões

  • Dados ajudam empresas e gestores a tomarem decisões mais informadas e assertivas, mas só se forem corretamente analisados para “transferir valor para a sociedade”, por exemplo, acredita Miguel de Castro Neto.
  • “Um dos cenários com que os gestores se deparam é volatilidade. Os dados ajudam a reduzir esse nível de incerteza”, afirma Nuno Barboza.
  • “Vem-se simplificando a forma como trabalhamos os dados”, garante Ricardo Gonçalves.

Atrair talento

  • É essencial “reforçar a utilização dos dados no dia a dia”, aponta Ana Vicente.
  • Para tal, é preciso não só reforçar as competências dentro das empresas, mas também ser capaz de atrair trabalhadores mais qualificados e preparados para lidar com grandes quantidades de dados, e com as novas ferramentas disponíveis para os utilizar.
  • Pretendem-se trabalhadores que “continuem a querer aprender coisas diferentes e coisas novas”, diz Joana Loureiro.

Otimizar impacto

  • Os “novos desafios têm que ser respondidos”, sustenta Teresa Girbal, com a certeza que só assim é que dentro da administração pública (assim como no sector privado) será possível recolher todas as vantagens dos dados que todos os dias são recolhidos.
  • Importa “monitorizar de forma ágil e atuar de forma ainda mais ágil”.
  • Perante o impacto e o caminho de futuro apontado pelas novas ferramentas de inteligência artificial, aprender a colocar as perguntas certas pode fazer toda a diferença.

Atacar incerteza

  • Numa altura particularmente volátil, os dados podem ajudar as empresas a fundamentar os seus propósitos e a tornarem-se mais resilientes.
  • “O investimento na mensagem não é um custo”, lembra Gonçalo Bernardes
  • Para Rita Pinho Branco, “comunicar uma marca é assumir um propósito”.
  • Contudo, Rui Borges alerta para o risco de muitas vezes nos focarmos “em dados que não interessam”.

Sector público inteligente

  • “Cultura data-driven tem que existir na administração pública”, realça Miguel Agrochão.
  • Como uma entidade que reúne dados como mais nenhuma em Portugal, os responsáveis do sector público consideram que é essencial recolher e aproveitar os dados para aumentar a eficiência das decisões e colocá-los ao serviço da população.
  • A “segurança dos sistemas de informação é chave, mas a qualidade dos dados é igualmente determinante”, defende José Viegas Ribeiro.
  • É preciso apostar na qualificação dos recursos e na mudança de mentalidades porque “definir políticas públicas com base em dados” é um “caminho inevitável” na opinião de João Dias.

Liderar a transformação

  • Aos líderes das estruturas empresariais cabe a responsabilidade de dar o mote para a transformação digital e estar ao corrente das novidades, das possíveis vantagens e desvantagens, e do que implicam.
  • “Temos que abraçar a mudança enquanto líderes, e isso nem sempre é fácil”, alega Francisco Pedro Balsemão
  • “Novas tecnologias quando bem utilizadas podem ter muita utilidade e tornar-nos mais eficientes”, atira Clara Raposo.
  • Sem esquecer, acrescenta Madalena Tomé, que “desafiar para pensar diferente é um desafio”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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