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O papel da indústria cimenteira na construção de cidades sustentáveis

O papel da indústria cimenteira na construção de cidades sustentáveis
Getty Images

Atingir as ambiciosas metas energéticas da União Europeia não se afigura tarefa fácil, mas os responsáveis do sector querem deixar a sua marca e explicar como podem ser parte da solução. É o que poderá saber em mais detalhe na conferência “Cimentar o Futuro – o Novo Bauhaus Europeu”

O papel da indústria cimenteira na construção de cidades sustentáveis

Tiago Oliveira

Jornalista

No campo da construção, um dos mais relevantes em termos económicos e dos que mais contribui para as emissões de gases de efeito estufa, o “Roteiro da Indústria Cimenteira para a Neutralidade Carbónica 2050" - apresentado em 2021 pela Associação Técnica da Indústria de Cimento (ATIC) - procura dar respostas com uma meta clara: estruturar o alinhamento do sector cimenteiro ao longo da cadeia de valor para reforçar o seu papel na construção sustentável orientada para as cidades do futuro, tendo como pano de fundo iniciativas da União Europeia como o “Fit for 55” ou o “Novo Bauhaus Europeu”.

“O propósito da cadeia de valor do cimento e do betão é contribuir para uma construção cada vez mais sustentável”, explica o CEO da SECIL, Otmar Hubscher, que será um dos participantes na conferência “Cimentar o Futuro – o Novo Bauhaus Europeu”, organizada na próxima segunda-feira, 16 de janeiro, por iniciativa da ATIC em parceria com o Expresso, e que conta também com a participação da APEB, APFAC e ANIPB. “A transposição de preocupações ambientais para a construção é uma realidade, conjugada com padrões de bem-estar, qualidade de vida e acessibilidade económica que se refletem em temas que têm vindo a ganhar relevo, tais como a pobreza energética, e para resposta aos quais o betão se encontra particularmente bem qualificado”, acredita o também vice-presidente da ATIC.

Na opinião e Luís Fernandes, CEO da CIMPOR Portugal e Cabo Verde, “é vital a criar sinergias e conjugar esforços rumo a um objetivo comum ao longo da cadeia de valor”. Para o presidente da ATIC, fica também claro o papel essencial “dos contratos públicos ecológicos na valorização e promoção da utilização de produtos sustentáveis, inovadores e descarbonizados”, ao mesmo tempo que destaca algumas inovações, como "a introdução de novas tecnologias digitais que irão permitir otimizar as composições de betão produzidas, assegurando uma melhor performance, eventualmente com recurso a inteligência artificial e algoritmos de machine learning, por exemplo.

A meta de atingir a neutralidade carbónica em 2050 é consensual, muito difícil de atingir e exige visão e planos de ação, lembra Paulo Ferrão

Novas dimensões que levaram o roteiro a ser complementado com o “Manifesto do Cimento e do Betão para a Construção Sustentável e para as Cidades do Futuro – Novo Bauhaus Europeu”, até porque Marta Feio, secretária-geral executiva da ATIC, considera que programa europeu “representa uma oportunidade única para, através de um processo colaborativo e transdisciplinar e de uma atitude artística e entusiasta, colocar a tecnologia, o conhecimento e o potencial criativo, ao serviço do bem-estar da humanidade, da biodiversidade e do planeta, reimaginando e concebendo soluções construtivas para problemas do quotidiano”.

4%

é a percentagem das emissões de gases com efeito de estufa da indústria de produção de cimento em Portugal no total do país

Sem esquecer, como aponta o professor catedrático do Instituto Superior Técnico, Paulo Ferrão, que ainda “estamos longe de ter uma construção sustentável, sendo que há qua apostar muito na promoção da eficiência energética dos edifícios, que pode reduzir o consumo a menos de metade”. Questões a serem debatidas no evento, cujos detalhes pode conhecer em baixo.

Cimentar o Futuro – o Novo Bauhaus Europeu

O que é

É uma iniciativa da ATIC e das suas associadas CIMPOR e SECIL em parceria com o Expresso que conta também com a participação da APEB (Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto), APFAC (Associação Portuguesa dos Fabricantes de Argamassas e ETICS) e ANIPB (Associação Nacional dos Industriais da Prefabricação em Betão) que irá abordar o contributo da cadeia de valor do cimento e do betão para a construção sustentável e para as cidades do futuro.

Quando, onde e a que horas?

Segunda-feira, 16 de janeiro, no edifício do Grupo Impresa, entre as 9h e as 12h45. A transmissão será feita no Facebook do Expresso na terça-feira, 17 de janeiro. Para mais informações, pode utilizar o seguinte email: fatimarato@atic.pt.

Quem são os oradores?

  • Luís Fernandes, presidente da ATIC e CEO da CIMPOR Portugal e Cabo Verde
  • Carlos Zorrinho, deputado ao Parlamento Europeu
  • Anabela Silva, diretora de Serviço da Política Empresarial, Direção Geral das Atividades Económicas​
  • Isabel Lança, presidente do Conselho Diretivo da Região Centro da Ordem dos Engenheiros​
  • Jorge Reis, diretor-geral, APEB​
  • Paulo Ferrão, professor catedrático IST, membro da Missão da UE “Climate Neutral and Smart Cities”
  • Carlos Mineiro Aires, presidente do Conselho Superior de Obras Públicas
  • Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão ‘Recuperar Portugal’ ​
  • Filipa Roseta, vereadora da Habitação e Obras Municipais, Câmara Municipal de Lisboa​
  • Luís Goucha, presidente, APFAC​
  • Maria da Graça Carvalho, deputada ao Parlamento Europeu
  • Mário Lacerda, vice-presidente, ANIPB
  • Otmar Hubscher, vice-presidente da ATIC e CEO da SECIL ​
  • Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente

Porque é que este evento é importante?

Porque numa altura de emergência climática em que cumprir as metas é mais importante do que nunca, importa perceber como se pode construir uma visão mais verde e digital, rumo a um ecossistema da construção descarbonizado, circular e eficiente, em termos de energia e recursos que conjugue a importância de uma indústria competitiva e de uma economia robusta, com a vivência em espaços sustentáveis e inclusivos.

Onde posso assistir?

Na página de Facebook do Expresso.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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