O desafio é sobrevivermos e ultrapassarmos a emergência climática. Tão simples como isto. E poucos blocos transcontinentais oferecem tantas possibilidades de contribuir para este repto de sustentabilidade, como o eixo que une Portugal aos países da América Latina e Caraíbas. São laços culturais e económicos estreitos que oferecem possibilidades económicas imensas, saibam as instituições públicas de ambos os lados do Atlântico aproveitar.
As oportunidades de ligação e o que está a ser feito nesse campo esteve em destaque na conferência “Portugal – América Latina e Caraíbas. Juntos por um desenvolvimento sustentável”, organizado pelo CAF - Banco de Desarollo de America Latina”, e do qual o Expresso é media partner, e que teve hoje lugar ao longo da manhã no Teatro Thalia, em Lisboa, com a presença de figuras ao mais alto nível governativo.
Conheça, em baixo, as principais conclusões de um evento que contou com a participação de Paulo Neves, presidente do Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas (IPDAL); Sergio Díaz-Granados, presidente Executivo do CAF; Fernando Medina, ministro das Finanças de Portugal; Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF; Marta Cabral, CEO da Rota Vicentina; Carolina Mendonça, coordenadora da Estrutura de Sustentabilidade do Destino Turístico da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas do Governo dos Açores; Felipe Álava Riofrí, diretor de planificação e Desenvolvimento Territorial do ministério do Turismo do Equador; Jake Kheel vice-presidente da Fundação Grupo Puntacana, Ángel Cárdenas, gerente de Desenvolvimento Urbano, Água e Economias Criativas do CAF; Cláudio de Jesus, presidente da Águas de Portugal Internacional; Johanna Patiño, gerente adjunta da Águas da Empresa Pública Metropolitana de Água Potável e Saneamento de Quito; Victor Alarcón, gerente geral do Serviço de Água Potável e Saneamento de Lima; Cristina Arango, gerente geral da Companhia de Água e Saneamento de Bogotá; Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (tbc), Antonio Silveira, diretor de Infraestrutura da CAF; João Galamba, secretário de Estado do Ambiente e da Energia; José João Guilherme, administrador executivo da Caixa Geral de Depósitos; Luís Rebelo de Sousa, administrador executivo da AICEP; Mónica Contreras, presidente da Transportadora de Gás Internacional ; Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do Banco Europeu de Investimento; e, Jorge Arbache, vice-presidente do Setor Privado do CAF.
Turismo costeiro
- Em países em que o turismo costeiro é tão importante como Portugal e no espaço da América Latina, é essencial implementar medidas que tenham a sustentabilidade como base.
- “A economia sustentável é um dos eixos fundamentais de desenvolvimento do nosso país”, lembra Fernando Medina.
- Por isso é importante estabelecer medidas que preservem os recursos naturais e humanos, sem esquecer a atividade económica.
- A “escala continental só pode ser dada pelas comunidades devidamente organizadas”, afiança Marta Cabral.
Saneamento eficiente
- O tratamento e utilização das águas residuais é um tema cada vez mais fulcral, sobretudo quando os recursos hídricos são cada vez mais escassos e as necessidades das populações mais complexas.
- “Estamos comprometidos com a economia circular”, atira Cristina Arango.
- Já Cláudio de Jesus destaca uma “estratégia que passa por identificar oportunidades de negócio”.
Transição energética
- “Todo o dano causado na Amazónia tem implicações no mundo”, aponta José João Guilherme, que destacou a importância de rever os modelos de financiamento e privilegiar os projetos mais sustentáveis.
- Numa fase de grande instabilidade global e emergência climática as energias renováveis e verdes devem ser prioritárias, como já acontece, por exemplo, em Portugal.
- “A transição energética não implica nenhum decrescimento”, garante João Galamba.
Relação transatlântica
- “É nestes momentos difíceis que se pode verificar a solidez de uma relação”, defende Francisco André
- A relação entre Portugal e os países da América Latina e Caribe pode estreitar-se se os governos e as instituições privadas souberem aproveitar os “laços comuns”, acrescenta o governante.
- Para Ricardo Mourinho Félix, “entramos numa década crítica para cumprirmos os objetivos de desenvolvimento sustentável”, por isso, “os desafios globais exigem respostas globais e coordenadas”.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes