Novas medidas para fazer face à crise energética na Europa, reforço do apoio da União Europeia (UE) à Ucrânia e novos meios comunitários para o combate aos incêndios foram três dos pontos que marcaram o discurso de Ursula von der Leyen durante o Estado da União 2022. Sobre as palavras da presidente da Comissão Europeia, dirigidas esta manhã aos cidadãos dos 27 Estados-membros a partir de Estrasburgo, Tiago Antunes considera terem sido de carácter “muito político, inspirador e mobilizador”.
O secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro disse ainda, durante o debate de análise promovido esta noite na SIC Notícias, que Portugal, em parceria com Espanha, “pode fornecer [energia] ao resto da Europa”, mas que, para isso, será necessário continuar a apostar nas “interligações” com os outros Estados-membros. “Portugal pode desempenhar um papel importante. Pode ser uma fonte alternativa de fornecimento de matérias-primas energéticas à Europa”, sublinhou.
Recorde-se que a comissão apresentou esta quarta-feira um novo pacote de medidas para combater a escassez energética e a subida do preço da eletricidade, em sequência do aumento do valor do gás. Entre elas, a redução do consumo elétrico em 10% até ao final de março de 2023, um limite temporário às receitas dos produtores de eletricidade e uma “contribuição solidária” imposta às petrolíferas. No que diz respeito às reservas de gás natural dos países da UE, a quem foi pedido que garantissem um nível mínimo de 80%, Tiago Antunes volta a frisar que “em Portugal temos 100% das nossas reservas de gás garantidas”.
Conheça outras conclusões deste debate:
Uma “Europa unida pelos valores”
- A especialista em Relações Internacionais Mónica Dias considera que os europeus se mantêm concentrados no apoio à Ucrânia e acredita que é preciso “mostrar que a Europa é unida pelos valores”.
- Apesar de reconhecer que não haverá “paz para breve”, defende ser necessário que a UE esteja atenta à “onda de populismo” e de “nacionalismo extremado” em vários Estados-membros – como a Polónia, Suécia ou a Itália, que terá eleições em breve – para garantir que os países permanecem em acordo relativamente à aplicação de sanções à Rússia.
- Representante da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Moreira de Sousa diz que a “UE mostrou estar à altura do desafio” criado pela guerra e vê nas medidas sobre o sector energético uma forma de “incentivar a produção de energias alternativas”, bem como de garantir “acesso” dos cidadãos à energia “a preços que possam pagar”.
- Sobre a oportunidade que a transição energética, acelerada pelo conflito armado, representa para Portugal, Tiago Antunes refere que o país tem “um potencial enorme na produção de hidrogénio verde”. Olha para a criação do banco europeu de hidrogénio, sugerido esta quarta-feira pela presidente da comissão, como um passo positivo rumo à independência energética europeia.
- Ainda na senda da união e cooperação entre os 27, a Comissão Europeia confirmou o reforço da resposta comunitária aos incêndios com a compra de 10 aviões e 13 helicópteros. “Portugal tem este risco agravado [de incêndio] e é importante sabermos que podemos contar com meios adicionais quando, e se, precisarmos disso”, acrescentou o secretário de Estado.
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