Mais de dois anos após o início da pandemia em Portugal, “há muito para fazer” na área da saúde em relação às doenças crónicas. A interrupção do apoio assistencial nos cuidados primários e hospitais agravou problemas no acompanhamento destes doentes, mas criou, também, novos desafios. “O aumento de doenças crónicas na saúde mental derivadas da própria pandemia” é um dos principais, garante ao Expresso Luís Lourenço, presidente da Secção Sul da Ordem dos Farmacêuticos.
O também jurado do Angelini University Award (AUA) 2022 - que pretende atribuir €15 mil euros aos melhores projetos para gerir os danos colaterais da pandemia nas doenças crónicas - diz mesmo que “os números são assustadores” no que respeita à saúde mental. Em simultâneo, o farmacêutico aponta a deteção precoce de doenças crónicas, em particular o cancro, como desafio a endereçar pela comunidade médica, procurando diminuir o impacto negativo da covid-19.
É precisamente com vista à inovação nas abordagens às múltiplas doenças crónicas que a nova edição da iniciativa, promovida pela Angelini Pharma e a que o Expresso se associou, lançou uma nova edição dos prémios. O período de candidaturas já terminou com a seleção de 31 projetos de estudantes universitários de 22 instituições de ensino superior. “Temos uma participação muito eclética do ponto de vista de background académico, com participantes de várias áreas das ciências da saúde”, revela Luís Lourenço.
O jurado acrescenta ainda que existem, nestas candidaturas, “várias perspetivas” sobre como diminuir o impacto pandémico junto dos doentes crónicos. “O prémio estimula a resolução de problemas utilizando os conhecimentos académicos dos participantes”, aponta.
O júri da 13ª edição conta ainda com Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Telo de Arriaga, chefe de Divisão de Estilos de Vida Saudável na Direção-Geral da Saúde, e Elsa Frazão Mateus, presidente da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas.
Em outubro, irá realizar-se um debate com o apoio do Expresso dedicado ao tema Gestão dos danos Colaterais da Pandemia em Pessoas com Doenças Crónicas, momento em que se procurará analisar, com a participação de especialistas em saúde, novas soluções para muitas destas maleitas.
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