Os últimos três anos não têm sido fáceis para Ursula von der Leyen, cujo mandato à frente da Comissão Europeia ficou marcado pela pandemia de covid-19 e, desde fevereiro, pela guerra na Ucrânia. Os contextos económico e político obrigam, por isso, a que o seu terceiro discurso do Estado da União, que se repete anualmente para analisar os desafios da União Europeia (UE) e perspetivar as políticas comunitárias do ano seguinte, não possa deixar de endereçar o conflito armado, a inflação galopante, e a crise energética.
A Rússia, através da empresa estatal Gazprom, interrompeu o abastecimento de gás natural à Europa, via gasoduto Nord Stream 1, no início do mês, após meses de ameaças que obrigaram os Estados-membros a aumentar as suas reservas energéticas. O objetivo de chegar a outubro com pelo menos 80% das reservas preenchidas foi cumprido, e até superado, mas o desafio energético está longe de terminar. Num discurso sobre este tema, no início do mês, a presidente von der Leyen lembrava a urgência de fazer avançar o REPowerEU para aumentar o peso das renováveis na UE.
“As renováveis são baratas, são produzidas internamente e tornam-nos independentes. São mesmo a nossa garantia energética para o futuro”, assinalava. A par dos problemas no abastecimento de gás natural estão os efeitos das alterações climáticas, que reduziram consideravelmente a capacidade de gerar energia a partir das barragens. “Assistimos aos efeitos das alterações climáticas. Assistimos à seca. A energia hídrica caiu 26% na União Europeia e 46% em Portugal”, acrescentou.
Sofia Moreira de Sousa, representante da Comissão Europeia em Portugal, reconhece que a guerra é um “desafio bastante complicado” que o projeto europeu enfrenta e reitera a confiança na capacidade da UE em superá-lo. “Habituamo-nos muito facilmente à prosperidade, à paz, ao crescimento económico que a construção europeia nos trouxe, mas se calhar não valorizamos verdadeiramente os valores do projeto europeu”, acrescenta. A responsável vê nas camadas mais jovens a resposta para o reforço da UE, a quem pede mais participação cívica, e não tem dúvidas de que é preciso, do lado das instituições e dos decisores políticos, “valorizar a participação dos jovens na vida política e social”.
Estes serão alguns dos temas em análise durante a transmissão especial da SIC Notícias, na próxima quarta-feira, em que serão debatidos os principais desafios do projeto europeu e as expectativas em relação ao discurso de Ursula von der Leyen. A emissão arranca às 20h no Facebook da SIC Notícias.
Debate Estado da União 2022
O que é?
A SIC Notícias vai transmitir, na próxima quarta-feira um debate sobre o discurso do Estado da União 2022 para analisar os atuais desafios da União Europeia, mas sobretudo as políticas comunitárias para o próximo ano.
Quando, onde e a que horas?
Quarta-feira, dia 14, a partir das 20h na página de Facebook da SIC Notícias
Quem são os oradores em destaque?
- Sofia Moreira de Sousa, representante da Comissão Europeia em Portugal;
- Mónica Dias, especialista em Relações Internacionais;
- José Durão, médico e participante no Summer CEmp 22;
- Tiago Antunes, secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro.
Porque é que este evento é importante?
Mais de seis meses após o regresso da guerra ao velho continente, a União Europeia enfrenta desafios sérios ao nível do abastecimento energético e dos preços em alta da energia, mas também da inflação galopante. Os 27 Estados-membros preparam-se para a chegada do inverno com apreensão, em particular nas regiões mais frias da Europa. Tudo isto faz do discurso anual sobre o Estado da União, o terceiro de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia, um momento de expectativa em relação às medidas e políticas a adotar durante o próximo ano.
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