Graças ao 5G, os alimentos já podem chegar aos pratos dos consumidores de forma mais rápida, eficiente e segura. Na transformação da indústria agroalimentar rumo a um horizonte mais inteligente e sustentável, a tecnologia 5G é um ingrediente-chave capaz de revolucionar o modo como os nossos alimentos são produzidos.
Tudo começa nos campos, onde a agricultura de precisão tem vindo a conquistar terreno, implementando sistemas de produção mais modernos e competitivos. O advento do 5G é a semente da mudança que tem contribuído para que soluções de inteligência artificial, robótica, realidade aumentada e realidade virtual (AR/VR), biotecnologia e big data sejam presença cada vez mais notória no dia a dia das explorações agrícolas.
Com o 5G, a aliança entre a tecnologia e a sustentabilidade é chão que já está a dar frutos e exemplos não faltam: desde ferramentas que permitem avaliar a qualidade dos solos e ajustar as necessidades de rega e a aplicação de fertilizantes, a drones que facilitam o controlo das pragas ou algoritmos que potenciam a produtividade e longevidade dos solos e minimizam os impactos ambientais, entre muitas outras opções. Numa indústria onde as preocupações com o bem-estar animal são uma exigência crescente, destaca-se também o contributo de dispositivos inteligentes que ajudam a monitorizar a saúde e o bem-estar dos animais na atividade pecuária.
Indústria alimentar mais produtiva e sustentável graças ao 5G
Dos campos para o chão das fábricas, o universo de oportunidades gerado pelo 5G continua em expansão. Esta tecnologia traz consigo a capacidade de transformar significativamente os processos industriais e elevar a eficiência, a produtividade e a competitividade da indústria a novos patamares, alavancando igualmente a segurança e a sustentabilidade ao longo de toda a cadeia. A estimativa é de que o 5G ajude a tornar a indústria 20 a 30% mais produtiva nos mais variados quadrantes e o sector alimentar não é exceção. Com o 5G, está aberto o caminho para a indústria 4.0, em que a inovação chega trazida pela digitalização, a robotização, tecnologias de AR/VR e Internet of Things (IoT).
O salto tecnológico alcançado com o 5G na indústria tem diversas facetas. Desde logo, a ultra-baixa latência do 5G permite ligar todas as máquinas e sensores de uma fábrica com segurança, para controlar a produção em tempo real, sem cabos, sem falhas. Com o 5G, o cenário de uma fábrica em que robôs comunicam entre si em tempo real e segurança, com maior produtividade e correção imediata de problemas já não é ficção científica: é realidade. Pela análise em tempo real de mais imagens, de câmaras ou drones, a cobertura 5G possibilita, de igual modo, uma inspeção rápida de infraestruturas ou produtos, com toda a segurança, evita a deslocação de colaboradores para zonas de perigo e reduz os custos.
O 5G permite ainda capacitar colaboradores para que elaborem qualquer tipo de procedimento, com informação e apoio em tempo real através de ferramentas de AR/VR. Com esta tecnologia, basta um tablet ou outro dispositivo tecnológico para simplificar as operações do dia a dia na indústria e aumentar a produtividade de uma empresa, a partir de qualquer lado. Com smart glasses de realidade aumentada conectados por 5G, por exemplo, um trabalhador de uma fábrica consegue cumprir as suas tarefas sem ter de verificar folhas ou outros dispositivos, com a informação disponível nos óculos, sem interferir com o seu campo de visão normal ou audição. O sistema pode apresentar todos os passos de uma operação e até definir o trajeto mais eficiente para vários pontos de picking ou para chegar a um local afastado.
Através de realidade aumentada torna-se igualmente mais fácil enviar e receber informação, dar instruções ou até assistência técnica. Os mesmos óculos que mostram ao trabalhador a tarefa seguinte podem também passar imagem para um colega ou supervisor, que ajuda à tomada de decisões ou à resolução de uma avaria. Em situações de manutenção, esse apoio à distância reduz o tempo necessário para deslocações, evitando ou minimizando os efeitos de uma paragem na produção.
NOS e SUMOL+COMPAL criam primeira fábrica 5G em Portugal
Em Almeirim, no coração do Ribatejo, a cerca de uma hora de Lisboa, numa fábrica rodeada de pomares, o 5G permite explorar tecnologias numa escala nunca antes vista. A NOS aliou-se à SUMOL+COMPAL para equipar a primeira fábrica com tecnologia 5G em Portugal. Com a ajuda da NOS, a fábrica da SUMOL+COMPAL, em Almeirim, implementou duas soluções-piloto de realidade aumentada, que permitiram transformar as operações logísticas industriais e acelerar a resolução de problemas: NOS Augmented Worker e NOS Remote Support.
O NOS Augmented Worker permite a consulta dos manuais de procedimento através de guias interativos com instruções digitais, passo-a-passo, em realidade aumentada. No chão de fábrica, o colaborador usa uns óculos de realidade aumentada de lentes transparentes para que continue a ver a fábrica naturalmente. Nas lentes aparecem destacados alguns pontos com informação associados às máquinas em que está, por exemplo, a realizar inspeção rotineira. Interagindo com as lentes, o colaborador consegue preencher documentos e dar ao sistema mais informação sobre componentes específicos daquela máquina. Além disto, toda a informação que recolhe com o sistema de realidade aumentada durante estes processos é imediatamente informatizada, o que não acontecia quando o processo era realizado em papel.
Já o NOS Remote Support é um serviço de assistência à distância realizado por um especialista, através de vídeo, com anotações em realidade aumentada e em tempo real. Perante uma avaria, o funcionário junto à máquina em questão usa uns óculos que permitem mostrar ao técnico, que pode estar a quilómetros de distância, aquilo que está a ver. O técnico guia o funcionário junto da máquina sobre o que pode fazer para solucionar a avaria, eliminando grandes períodos de paragem da linha e as viagens dos técnicos.
Estas soluções permitem poupar tempo aos técnicos, que já não precisam de passar a informação em papel para os softwares de gestão da manutenção, eliminar as ordens de serviço, em papel, reduzir os custos associados à deslocação de equipas de suporte técnico e diminuir o tempo de paragem das máquinas, facilitando o diagnóstico de problemas.
Primeira fábrica 5G em Portugal com NOS e SUMOL+COMPAL
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