Trabalhos e paixões de três mentores

Eduarda Luna Pais - A capitã do barco

Nascida em São Miguel, sempre sonhou com um mundo maior. Com persistência e confiança convenceu os pais a deixarem-na partir para os EUA, assim que terminou o liceu. Desde então, a sua vida tem sido marcada por ciclos de 10 anos-o primeiro nos Estados Unidos, para se licenciar e fazer o MBA, e os dois seguintes já em Portugal, com uma sólida carreira feita na Johnson & Johnson (J&J) e na Egon Zehnder. O planeamento é uma necessidade natural. "Gosto de definir o rumo, sentir que sou o captain of my ship", justifica. Por isso, não surpreendeu quem a conhece com o lançamento da ELPing, no verão de 2009. Sempre defendeu que se pode ser empreendedor mesmo como trabalhador dependente, mas depois de ter estado envolvida em vários projetos achou que tinha chegado a sua vez, reunira as competências para levar o desafio a bom porto: a proatividade e imaginação que ganhou nos anos em que trabalhou em marketing na J&J, o conhecimento e a rede de contactos que desenvolveu na Egon Zehnder são mais-valias que capitaliza agora na ELPing. A lista de clientes-que prefere tratar como parceiros-vai aumentando.

António Luís Moura - O homem que não tem medo de começar do zero

Aos 30 anos fez o corte com a empresa da família e criou a sua. Crescera no mundo da relojoaria e acabou por continuar, trazendo para Portugal a Ebel. Mais tarde, e porque o seu negócio "são as grandes marcas", abriu sete lojas Benetton, algumas das quais se situaram entre as melhores do mundo ao nível de vendas. Quando sentiu que estas marcas começavam a perder o brilho, o CEO da Omoura fez uma nova viragem na vida. Percebeu que não havia grandes marcas de joias e desafiou os melhores. Foi com ele que a Chaumet, Dior e H. Stern saíram pela primeira vez das suas butiques exclusivas e se mostraram ao público em joalharias multimarca-e em Portugal. "Fomos os primeiros a nível mundial", diz, com orgulho. António Moura nunca receou começar do zero. E tem-se dado bem. Compara os negócios às relações e explica que só depois do divórcio se fica livre para pensar no que fazer a seguir e agarrar as oportunidades. Por isso, não hesita em fazer os cortes primeiro e, só depois, pensar no passo seguinte. Esta comparação só falha, porém, num aspeto: António não agarra oportunidades, vai à procura delas.

Marta Lowndes - O risco é a sua profissão

É algo que não a paralisa. Basta analisar os vários passos arriscados que deu. Em início de vida, aceitou que o marido investisse todo o dinheiro do casal na criação da Methodus, ousou ter a primeira filha enquanto liderava uma reestruturação profunda na Timex e, mais tarde, não receou abandonar uma carreira internacional para se juntar ao marido quando o crescimento da empresa o exigiu. "Não devemos ser avessos ao risco. O importante é saber geri-lo", diz. E foi essa gestão que fez também nas várias crises que a empresa atravessou em 20 anos. Sobretudo quando, sob os efeitos do 11 de setembro, viu escapar um projeto que representava metade da faturação e que ameaçou a sobrevivência do negócio. Responsável pela área financeira da empresa, Marta percebeu imediatamente que os próximos tempos seriam muito difíceis. "Vivemos 2,5 anos num mar de dificuldades, numa altura em que dependíamos os dois da empresa e já tínhamos mais uma filha", recorda. Foi preciso despedir metade dos colaboradores. Marta nunca pensou baixar os braços e, hoje, diz que depois do que viveu, nem a crise atual a assusta.

1230 A velocidade galopante continua. Já são 1230 as candidaturas submetidas ao projeto Energia de Portugal, um claro sinal de que Portugal não tem falta de espírito empreendedor.

Logo no primeiro dia, 29 de fevereiro, registámos uma candidatura por minuto e, desde então, recebemos entre 50 a 100 todos os dias. Esta semana- em que ultrapassámos os 1000 candidatos-não foi exceção.

As 10 equipas que chegarem à final, têm garantida uma audiência de investidores dispostos a escutar as suas ideias de negócio. Se a sua for realmente boa, o Energia de Portugal poderá mudar a sua vida.

Envie a sua para www.energiadeportugal.com até ao dia 31 de março e habilite-se a ser um dos 200 selecionados.