Acelerador de Sustentabilidade
Ao todo, no âmbito deste projeto, realizaram-se 6 sessões de formação, uma por mês. Cada uma destas sessões e guias tem um tema diferente, sendo que a primeira de todas se centrou na problemática da descarbonização (clique AQUI para rever a sessão), a segunda nas energias renováveis (clique AQUI para saber mais), a terceira no turismo sustentável (clique AQUI para rever), a quarta sobre agricultura sustentável (clique AQUI para saber mais) a quinta, dedicada à economia circular (clique AQUI para ver ou rever) e, para fechar o ciclo, a sessão sobre imobiliário mais sustentável.
Por que razão é tão crucial pensar um imobiliário sustentável?
Porque - por um lado - os edifícios são, atualmente, responsáveis por 39% das emissões globais de carbono associadas à energia e, por outro lado, este é um dos sectores mais tradicionais em Portugal e pretende-se que, num futuro próximo, a construção seja mais flexível e os edifícios possam consumir menos água, energia e menos matérias-primas. Como é um sector que envolve uma longa cadeia de valor, as práticas sustentáveis devem ser aplicadas de forma abrangente.
A sessão foi orientada pelos seguintes formadores:
- Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics
- Pedro Mota, Manager da EY
- Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i
- João Folque Patrício, Managing Director do BPI
Acelerador de Sustentabilidade: Imobiliário Sustentável
Saiba quais são os pontos-chave sobre esta temática e o que podem as empresas começar já a fazer:
- 36% da energia consumida vem do sector imobiliário, que também detém 39% das emissões de carbono associadas à energia e cerca de 50% dos recursos utilizados estão associados a este sector. “Se nada for feito, em 2060 estes números vão duplicar”, assegura Luis Veiga Martins, CSO da Nova School of Business and Economics;
- Quando falamos em imobiliário mais sustentável, estão englobados edifícios públicos, escritórios, centros comerciais, entre outros;
- 75% dos edifícios na União Europeia não são energeticamente eficientes, no entanto, entre 85% a 90% dos edifícios que existem na UE deverão permanecer até 2050 - ano em que a UE assumiu que seria neutra em carbono;
- “Há que perceber o impacto causado por este sector, promover a eficiência energética e assegurar a sustentabilidade ao longo da cadeia”, insiste Luis Veiga Martins;
- "Num sector onde as cadeias de valor são cada vez mais longas, é preciso que todos façam parte desta transformação", garante Pedro Mota, Manager da EY;
- É preciso compreender, dentro da cadeia de valor, onde estão os desafios de sustentabilidade, quais são estes desafios e arranjar soluções integradas no modelo de negócio;
- Este sector enfrenta grandes desafios de eficiência a vários níveis: materiais, recursos humanos e energia;
- Têm sido desenvolvidas e implementadas soluções modulares e inteligentes que permitem otimizar tempo, criar postos de mão de obra mais qualificados e reduzir resíduos de construção, bem como a pegada carbónica do edifício no seu ciclo de vida;
- São cada vez mais explorados os materiais naturais, como a madeira ou a cortiça, que permitem um efeito de retenção de carbono a longo prazo, desde que associados a uma exploração florestal sustentável;
- A nível energético, as empresas têm apostado nas energias renováveis e na melhoria do desempenho térmico dos edifícios;
- A ética e a transparência na gestão deste sector fazem também parte da transformação, assim como a saúde e a segurança;
- As empresas devem “sair das suas fronteiras e pensar o impacto que têm nas cidades e no território”, aconselha Pedro Mota;
- Todo este processo de dar maior atenção à integração dos aspetos ESG no negócio pode culminar na obtenção de certificações, como por exemplo: LEED, BREEAM ou WELL, entre outras;
- Há apoios públicos no valor de €40 mil milhões de fundos públicos até 2030, provenientes do PRR e do Portugal 2030;
- O Portugal 2030 disponibiliza, a partir de 2023, um pacote de €23 mil milhões do quais €5,5 mil milhões são para o Portugal Mais Verde e, €1,6 mil milhões para a reabilitação urbana;
- Quais são as soluções BPI de financiamento para a transição deste sector? A linha BPI/ESG Empresas, a Linha BPI/PRR e a Linha BEI/Eficiência energética;
- Há bons exemplos no sector por todo o mundo: existe, em Hong Kong, um movimento cívico e empresarial que identifica e age sobre a urgência de reduzir a pegada de carbono e atuar na descarbonização da cidade;
- Há, também, várias soluções que permitem gerar energia em superfícies, como soluções de vidros solares que captam a energia solar e a transformam em eletricidade;
- Outro bom exemplo é a Otovo, uma empresa que permite, dependendo da região, escolher quais os fornecedores certos a contratar, disponibilizando a aquisição ou aluguer de equipamentos;
- No caso do imobiliário mais sustentável, “ainda não é claro como é que os consumidores fazem pressão para a mudança”, explica Ana Costa, Sustainability and Blue Economy Lead da Beta-i, que também garante que a pressão é igualmente feita por quem faz o financiamento;
- A Câmara Municipal de Lisboa reabilitou o edifício dos Paços do Concelho, permitindo reduzir em cerca de 50% o consumo de energia e em 84% a emissão de gases de efeito de estufa;
- “Muitas vezes os apoios existem, mas eles não são claros e a comunicação não é feita nos meios devidos”, alerta Ana Costa
O Acelerador de Sustentabilidade é uma iniciativa que consiste na realização de sessões de formação (workshops online) onde se apresentam estratégias, conselhos e passos para descarbonizar e ter um negócio sustentável, dentro daquilo que são os objetivos europeus e mundiais.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes