25 junho 2007 12:04
25 junho 2007 12:04
Todos os anos, pelo menos 30 crianças morrem em Portugal vítimas de afogamento.
Numa altura do ano em que o país convida a banhos, a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) aproveita para relembrar que os afogamentos são a segunda causa de morte acidental de crianças, a seguir aos acidentes na estrada, e que há formas de evitá-los.
Quando cai na água, a criança não esbraceja nem grita. Em poucos minutos, pode dar-se uma tragédia que acontece no mais profundo silêncio. Daí que a atenção, em permanência, de um adulto sobre uma criança com menos de cinco anos ou que não saiba nadar seja essencial para evitar acidentes. "A cabeça das crianças pequenas é muito pesada, pelo que o centro de gravidade está mais acima do que o de um adulto", o que facilita a submersão desta parte do corpo, adverte Helena Menezes, consultora técnica da associação. E realça que "pouca água é o suficiente" para que uma criança se afogue. "Há afogamentos em baldes de limpeza e até em poças de água", refere.
Segundo um relatório da associação, divulgado em Outubro do ano passado, por cada criança que morre por afogamento, 140 ficam hospitalizadas, sofrendo na maioria dos casos lesões neurológicas, e 2800 recorrem aos serviços de urgência.
Este ano, a campanha sobre segurança na água, que está a arrancar, "não vai ser tão forte como em anos anteriores, por falta de recursos financeiros", explica Helena Menezes, acrescentando que a associação tenciona dar ao tema "um cariz mais político". A APSI quer um trabalho concertado entre Governo, autarquias, associações civis e população, para a aplicação de estratégias adequadas a cada situação, o que varia de local para local. Se no sul do país os maiores problemas são as piscinas, no norte são os poços e tanques de rega verdadeiras armadilhas ao longo de todo o ano.
São consideradas prioritárias a obrigatoriedade de protecção de piscinas; o reforço da vigilância e disponibilização de equipamentos de salvamento em praias fluviais; e a aplicação da legislação sobre protecção de tanques e poços.
Segundo Helena Menezes, o perigo espreita sobretudo "em ambiente residencial, com adultos por perto que se descontraem e estão noutros afazeres que não a vigilância da criança".
Não é nas praias marítimas que os afogamentos mortais de crianças até aos 10 anos de idade ocorrem. Em 2006, o Instituto de Socorro a Náufragos registou cinco mortes que resultaram de afogamentos no mar, todas de rapazes entre os 15 e os 17 anos. Na praia, os adolescentes do sexo masculino correm um maior risco, por uma questão de "autoconfiança excessiva", salienta.
EVITAR O IRREPARÁVEL Nunca deixe a criança a brincar sozinha perto de uma piscina (mesmo que seja própria para ela), rio, lagoa ou mar Esteja permanentemente atento às brincadeiras da criança dentro de água Coloque braçadeiras à criança, mesmo quando ela está a brincar perto da água Se tem piscina em casa, coloque uma vedação à volta Aprenda técnicas de reanimação |
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