21 maio 2022 15:49
Rudy Giuliani
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O ex-advogado de Donald Trump é considerado um dos principais apoiantes do ex-presidente na sua demanda para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020
21 maio 2022 15:49
Rudy Giuliani, ex-advogado pessoal de Donald Trump e um dos mais célebres defensores da teoria dos ‘votos roubados’ ao ex-Presidente dos Estados Unidos, esteve mais de nove horas a prestar depoimento no comité da Câmara dos Representantes formado para investigar o ataque ao Capitólio, a 6 de janeiro de 2021, por um grupo de apoiantes de Trump que, como Giuliani, acreditaram que as eleições presidenciais haviam sido manipuladas pelos democratas para fazer de Joe Biden presidente. A notícia foi confirmada à CNN por duas pessoas presentes no interrogatório.
Na altura, os responsáveis pelas comissões eleitorais dos estados onde o voto nos dois candidatos foi mais disputado, disseram que não havia qualquer prova e fraude mas a franja mais fanática dos eleitores de Donald Trump tentaram, precisamente até ao dia da confirmação de Biden no Capitólio, 6 de janeiro, impedir a transferência de poder - e Giuliani esteve ao leme de toda a contestação, dizendo em todas as suas aparições públicas que a eleição tinha sido roubada, que as máquinas de registo de votos tinham sido adulteradas, que os votos por correspondência eram um caminho certo para a fraude e uma litania de outras coisas que, consideram os membros do comité que o intimaram a depor, podem ter influenciado aquela multidão a invadir o edifício do Capitólio no dia em que os senadores norte-americanos estavam a proceder à confirmação oficial da pessoa mais votada nos respectivos estados. “Rudolph Giuliani, em nome do ex-Presidente, promoveu ativamente a ideia de que as eleições tinham sido fraudulentas, e tentou convencer as legislaturas estaduais a reverter os resultados. Alegadamente, esteve em contacto com o então Presidente e com vários membros do Congresso para tentar desenhar estratégias de forma a atrasar a certificação dos resultados da eleição presidencial de 2020, ou mesmo a impedi-la”, lê-se no site oficial do comité especial.
Giuliani, ex-presidente da Câmara de Nova Iorque, tem vindo a adiar esta audiência, primeiro pedindo que fosse gravada em áudio e vídeo - algo que, segundo o advogado de Giuliani, Robert Costello, os membros do comité não quiseram aceitar. Mas desde que recebeu a intimação, a 18 de janeiro, os seus advogados têm tentado negociar com os deputados do comité e conseguiram que o ex-advogado de Trump falasse, por videoconferência, na sexta-feira. Mas as fontes que confirmaram esta audiência à CNN não ofereceram detalhes sobre o conteúdo da entrevista.
O advogado principal de Giuliani, Costello, também não ofereceu comentários. Outras figuras próximas do ex-Presidente já falaram com o comité, incluindo os seus filhos, Ivanka e Donald Trump Jr.