Será que tudo o que vemos, ouvimos e lemos é verdade?
Cultivar a curiosidade, a ética e a verdade são os objetivos do "Informar ou Desinformar?", um concurso promovido pela Escola Virtual, em parceria com o Expresso e a SIC. Depois de te inspirares nos projetos das escolas que participaram, queres conhecer os grandes vencedores?
O concurso "Informar ou Desinformar?" foi lançado em outubro, de maneira a incentivar a comunidade escolar a pensar em soluções para os desafios atuais da nossa sociedade, como a rápida disseminação de notícias falsas.
Este mês, foram apurados os três projetos que mereceram ganhar em cada categoria do concurso. A 26 de março, no Edifício Impresa, decorreu a gala de entrega de prémios, que reconheceu publicamente os vencedores pela sua dedicação e trabalho realizado, aplaudido por professores, júri e convidados.
De acordo com a Escola Virtual, esta iniciativa ajuda a desenvolver competências essenciais para o século XXI, como a criatividade, o pensamento crítico e a colaboração, ao mesmo tempo que sensibiliza os alunos para as oportunidades e os desafios dos media digitais.
Literacia mediática, hoje e sempre!
A literacia mediática "é a mais importante e a mais urgente" de todas as literacias, "porque vivemos num mundo em que a desinformação se torna num perigo/uma ameaça à sociedade, ao mesmo nível, por exemplo, das alterações climáticas ou das grandes pandemias, o que nos traz problemas ao nível da coesão social, do sistema democrático e da saúde pública", referiu Francisco Pedro Balsemão na cerimónia.
O CEO da Impresa garantiu que a empresa que lidera não vai parar de promover a literacia mediática e defendeu que esta deve ser uma disciplina obrigatória no currículo escolar: "não vamos descansar até que isto aconteça!".
Helena da Fonseca tem 16 anos, é da Escola Garcia de Orta e uma das vencedoras do concurso, com o projeto "Pequenos passos, grandes mentes!". Na sua opinião "é muito importante mostrar às crianças como é que funciona o mundo hoje em dia, principalmente numa geração em que mais de metade dos trabalhos utiliza a inteligência artificial e que por todo o lado há fake news. Por isso, é preciso ensinar às crianças, desde pequeninas, de que forma podemos trabalhar com a internet sem sermos enganados por ela".
As alunas Mafalda Begonha, Leonor Batista, Maria Sá Luís, Helena da Fonseca, e a professora Fernanda Pinto, da Escola Garcia de Horta, vencedoras da categoria ensino secundário e profissional do concurso "Informar ou Desinformar?"
Os projetos do 1.º e 2.º ciclos
Foram jurados desta categoria: Joana Brandão, autora de manuais de Português da Porto Editora; Daniel Oliveira, diretor geral de entretenimento e Diretor de Programas SIC e Maria Inês Almeida, escritora. Espreita os projetos!
1.º Lugar: Fact’ualiza-te!” | Escola EB 2,3 Gueifães
Este projeto dirige-se à comunidade educativa, em especial aos pais. Os alunos produziram e divulgaram conteúdo disfarçado de verdade nos canais da sua parceira: a Associação de Pais. Seguiu-se a "caça ao erro" e um guia anti-fake news.
2.º Lugar: Luís de Camões e a Odisseia das Notícias Falsas | Escola EB 1,2,3/JI Infante D. Pedro, Penela
Os alunos do 5.º B mergulharam nos 500 anos do poeta para desvendar mitos e verdades. Usando a Inteligência Artificial, recorreram às biografias e descrições físicas de celebridades portuguesas, criaram fake news históricas e com humor. Moral da história: "até um herói nacional pode ser vítima de boatos!".
3.º Lugar: Informar ou Desinformar | Colégio de Santa Maria, Lisboa
Esta turma desenvolveu uma campanha publicitária destinada a escolas e estudantes portugueses. Criou, assim, um podcast com entrevistas a alunos, professores e auxiliares, cartazes, uma banda desenhada, um jingle e pequenos anúncios, para sensibilizar para o perigo da difusão das fake news.
Os projetos do 3.º ciclo
Tito de Morais, dos projetos MiudosSegurosNa.Net e Agarrados à Net; Bernardo Ferrão, diretor de informação da SIC e SIC Notícias; e Cláudia Amaral, autora de manuais de História da Porto Editora, foram os jurados desta categoria. Deixa-te inspirar!
1.º Lugar: Mensagens desconhecidas: diga não às burlas! | Externato Marcelino Champagnat, Lisboa
A Sara Lopes, a Sara Marques, a Laura, a Anusca, a Mafalda, o Manuel, o Tiago e o Xavier, do 9.º ano, centraram-se nas burlas online. A ideia foi "enviar mensagens a imitar uma burla dentro de um lar e perceber se as pessoas caíam, e depois para garantir que chegávamos a todos, dar uma palestra sobre estas".
2.º Lugar: Projeto de Estudos - Covid 19 e a varíola dos macacos | Escola EB 2,3 Professor Agostinho da Silva, Sintra
Na "Edição da Noite", duas alunas apresentaram uma notícia informativa sobre "Fake news".
A aplicação Truthify ajuda a combater fake news, permitindo verificar a veracidade de informações. O que faz? Busca fontes confiáveis, avalia a credibilidade de sites, analisa posts em redes sociais e usa Inteligência Artificial para detetar desinformação. Oferece ainda um módulo educativo sobre como identificar fake news.
Os projetos do secundário e do ensino profissional
Avaliar esta categoria foi da responsabilidade de Daniela Pinheiro, autora de manuais de Português da Porto Editora; João Vieira Pereira, diretor do Expresso; e Sunamita Cohen, diretora de responsabilidade corporativa e comunicação da Porto Editora.
1.º Lugar: Pequenos passos, grandes mentes! | Escola Secundária Garcia de Orta, Porto
Este projeto, descrito pelos alunos, mostra como as fake news utilizam falácias para enganar as pessoas e como podemos identificá-las. Através de exemplos simples e interativos, estes participantes ajudaram os alunos do primeiro ciclo a desenvolver o pensamento crítico e a evitar a desinformação. Afinal, a filosofia traz reflexão, fake news só confusão!
2.º Lugar: A verdade perdida | Escola EB 2,3/Sec Cristelo, Paredes
A proposta "inovadora" dos alunos do 11.º ano da Escola B&S de Cristelo tem como objetivo combater as fake news através de um jogo na plataforma Roblox; com critérios "originais" de verificação de notícias desenvolvidos do zero. Um projeto "ambicioso, com metas claras, que pretende melhorar o mundo em que vivemos".
3.º Lugar: Informar vs Desinformar: o podcast | Escola EB 2,3/Sec Lousada Norte (Lustosa), Lousada
Cartazes? Panfleto? Estes alunos defendem que já nada disso chama a atenção da população! O que está a dar é fazer podcasts ou videocasts! Para chegar todos, foi isso que fizeram! Refletir, pensar, analisar e tudo para decidir em consciência! "Não vamos permitir que o bicho da desinformação nos infete! Para isso, nada como estar realmente informados!"
Estão todos de parabéns pelo seu excelente contributo!
Encontra aqui mais informação sobre este concurso, os projetos vencedores e os prémios que ganharam. E, se ainda não conheces, espreita o Polígrafo, o primeiro jornal português de Fact-Checking. Podes assistir ao Polígrafo SIC todas as segundas-feiras no Jornal da Noite. O programa é apresentado pelo jornalista João Moleira, que também conduziu a gala de entrega de prémios do concurso "Informar ou Desinformar?".