Soraya Tarzi, a rainha feminista do Afeganistão. Esta é a sua história

Era ousada, inteligente, culta, firme, bonita, determinada, capaz de seduzir a Europa pela força das suas convicções e conquistar um lugar no mundo. Soraya Tarzi foi a primeira rainha do Afeganistão mas, mais do que isso, foi a mulher mais influente do Médio Oriente nos dez anos em que Amanullah Khan, seu marido e 'parceiro' de modernização governou o Afeganistão.

O redesenho do mundo que surgiu no final da Grande Guerra e a Revolução russa de 1917 levaram Amanullah a acreditar numa nova era para o Afeganistão. Em 1926, declarou que o país deixaria de ser um emirado [na prática um protetorado do império britânico] para se transformar num reino independente. Decretou políticas de desenvolvimento económico e social e, inspirado pelas convicções de Soraya, regulamentou a abolição do uso véu que obrigatoriamente escondia o rosto das mulheres. Esta medida foi (apenas) uma das que desencadeou a contestação dos revoltosos ultraconservadores liderados por Habibullah Kalakani.