25 janeiro 2023 11:01
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A Maersk e a MSC vão deixar de fazer partilha de navios e rotas de transporte de contentores a partir de 2025, pondo fim à aliança que arrancou em 2015, informaram esta quarta-feira as duas empresas
25 janeiro 2023 11:01
A Maersk e a MSC, duas das maiores empresas mundiais no transporte marítimo, anunciaram esta quarta-feira, 25 de janeiro, que vão terminar a sua aliança estratégica em 2025, quando passará uma década desde o início do projeto conhecido como 2M.
Essa parceria tinha sido acordada em 2015, com a duração mínima de 10 anos, consistindo num contrato de partilha de rotas de transporte marítimo de contentores, para assegurar maior competitividade no negócio de carga entre Ásia e Europa, e também no comércio nas regiões do Atlântico e do Pacífico.
Quando foi anunciada, esta aliança já previa que se as partes quisessem desistir da parceria tinham de o fazer com um aviso prévio de dois anos, o que acabou por acontecer.
“A MSC e a Maersk reconhecem que muito mudou desde que as duas empresas assinaram o acordo de 10 anos em 2015. Descontinuar a aliança 2M abre o caminho para que ambas as empresas continuem a seguir as suas estratégias próprias”, afirmam num comunicado conjunto os presidentes executivos dos dois grupos (Vincent Clerc pela Maersk e Soren Toft pela MSC).
Os gestores asseguram que a cooperação entre as duas empresas continuará, nos termos do acordo, nos dois anos que faltam, pelo que o anúncio desta quarta-feira não terá qualquer impacto nos clientes que já usam os serviços das rotas cobertas pela aliança 2M.
Com mais de 100 mil trabalhadores, a Maersk opera em cerca de 130 países. Em 2021 faturou quase 62 mil milhões de dólares (perto de 57 mil milhões de euros ao câmbio atual), mais 55% do que no ano anterior.
A MSC - Mediterranean Shipping Company, por seu turno, fatura menos de metade disso. Antes da pandemia a empresa tinha receitas anuais superiores a 25 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros), mas tinha em 2021 perspetivas para crescer mais do que a Maersk, como reportava em julho desse ano o “Financial Times”.
O jornal sublinhava que somando a capacidade da frota então existente e as encomendas feitas para novos navios, a MSC já tinha então em perspetiva uma frota maior do que a da Maersk.
Um dos desafios dos transportadores de carga por via marítima, que beneficiaram, durante a pandemia, de um disparo no preço dos fretes, é agora a descarbonização do seu negócio, procurando incorporar nas respetivas frotas navios com menores emissões poluentes.