A companhia aérea de baixo custo Easyjet está em negociação com os sindicatos - uma negociação que parece estar num impasse uma vez que o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) fez um novo pré-aviso de greve - e, segundo o diretor da Easyjet em Portugal, na sua proposta a empresa prevê aumentos entre 18% a 30% para os trabalhadores a tempo inteiro.
“Os aumentos da nossa proposta correspondem a 18% a 30% nos contratos a tempo completo” e mais nos contratos a tempo parcial, disse José Lopes, em declarações no Parlamento, na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, esta quarta-feira.
Quanto à proposta do sindicato, José Lopes considera-a “irrealista” por pedir aumentos entre 60% e 90%.
Defendendo-se das críticas, referiu que a empresa paga acima da média em Portugal, oferece equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e que a última atualização salarial foi feita em 2019, e não em 2017, como referido pelo sindicato.
O gestor disse, inclusive, que há vários trabalhadores da Easyjet a querer vir para Portugal, mas que há poucos de Portugal a pedir a transferência para outros locais, o que sublinhou ser possível. “Nós queremos continuar a melhorar as condições das pessoas que trabalham connosco”, afirmou.
Relativamente às condições de Faro, José Lopes explicou que é uma base sazonal e que, para os sete meses de funcionamento da base a empresa paga oito meses de salários e na sua proposta prevê “o pagamento de nove meses para a mesma atividade em sete meses”.
Em relação aos erros no processamento de pagamentos, José Lopes admitiu que existem e disse que esses erros “envergonham” a companhia aérea. “Os erros vão sendo resolvidos e surgem outros. A atividade de aviação, com todas as variáveis, complica esse processamento”, explicou.
Contudo, esclareceu que o recibo de vencimento é emitido antes de ser feita a transferência e que pede a “todos os trabalhadores que ao detetarem erros entrem em contacto com a equipa para que esses problemas sejam imediatamente solucionados”.
“A maioria dos casos são logo corrigidos na transferência”, ou uns dias depois, revelou. E até referiu que, quando o erro é por excesso os trabalhadores ficam com o valor e não têm de devolver o dinheiro.
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