Em 2022, os portugueses fizeram 3,7 mil milhões de pagamentos de retalho (mais 20,8% do que em 2021) no montante de 655,5 mil milhões de euros (mais 16,2% que em 2021) em linha com o crescimento económico, diz o Banco de Portugal no Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2022.
Segundo o relatório, os consumidores continuam a preferir os instrumentos de pagamento eletrónico - cartões de pagamento, débitos diretos, transferências a crédito e maior recurso a transferências imediatas.
"Os cartões foram usados em 99,7% dos pagamentos de retalho utilizados sem recurso a numerário, mantendo-se como o meio de pagamento eletrónico mais utilizado no dia a dia e o uso do contactless continuou a aumentar", sublinha o Banco de Portugal.
Os cartões estiveram na base de "88% do número de pagamentos processados no sistema de pagamentos de retalho português", contra 86,5% em 2021, mas em termos de valor não lidera: o peso é de 27,2% do total. Ou seja dos 655,5 mil milhões de euros, os pagamentos com cartões foram responsáveis por 178,4 mil milhões de euros.
"Em média, realizaram-se 9 milhões de pagamentos com cartão por dia", tendo-se mantido a trajetória de subida da tecnologia contactless (aproximação do cartão) no peso das compras. O contactless representou 48,8% do total das compras, quando antes da pandemia rondava os 8,2%.
Transferências lideram montantes processados
São as transferências a crédito que representam a maior fatia dos montantes: 55,6% do total, muito embora, segundo o Banco de Portugal, representem apenas 5,7% do número de operações. Já os débitos diretos representaram 5,7% em número e 5,3% em valor do total. Ou seja, 364,4 mil milhões de euros foram feitos através de transferências a crédito.
Os cheques - menos usados - reduziram em número (15%) mas aumentaram em valor, mais 6%, em 2022, crescendo pela primeira vez desde 2014. Para isso concorreu a compra de habitação paga com cheques. O montante global pago através de cheques ascendeu a 63,4 mil milhões de euros.
Já os débitos diretos ascenderam a 34,9 mil milhões de euros e as transferências imediatas (pelo homebanking, sem ser MBWay) ascenderam a 13, 9 mil milhões de euros.
Fraude reduzida
Nos primeiros seis meses de 2022, “a maioria das perdas decorrentes de fraudes foram suportadas pelos prestadores de serviços de pagamento”.
53% por prestadores de serviços de pagamento, 30% por utilizadores e 17% por outros, como seguradoras por exemplo. Os cartões são os o meio de pagamentos com maior incidência de fraude, seguido das transferências e débitos diretos.
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