O fundador da empresa de serviços a personalidades famosas NKSFB, Mickey Segal, processou o Goldman Sachs, acusando o banco de investimento de tê-lo usado como “montra” de um negócio ainda maior, noticia o Financial Times esta quinta-feira, 6 de abril.
Segal terá abordado o Goldman Sachs para a venda da sua empresa, a NKSFB, que oferece serviços a celebridades de todo o tipo, desde tratar de papelada a ajudá-las a contratar pessoal doméstico ou a adquirir imóveis. A NKSFB é maioritariamente detida pelo fundo de capital privado Focus Financial Partners desde 2018. Segal queria terminar a parceria com a Focus.
O problema é que, de acordo com o processo apresentado na semana passada nos Estados Unidos, o Goldman Sachs terá usado Segal para vender no mercado a Focus Financial Partners, que tinha contratado o Goldman Sachs para encontrar compradores para tirá-la de bolsa. E, para tal, terá enganado Segal, que lhes passou informações sensíveis do negócio confiante de que iriam ajudá-lo a encontrar um eventual comprador para a NKSFB.
A “guerra” começou quando foi anunciado que o fundo Clayton, Dubilier & Rice iria adquirir a Focus por 7 mil milhões de dólares, numa venda com a assistência do Goldman Sachs.
De acordo com o processo em tribunal citado pelo Financial Times, o banco terá “manobrado secretamente pelas costas" de Segal “ao apresentar a venda”, ao mesmo tempo da NKSFB, da Focus. Depois de se saber que a Focus iria ser vendida, Segal terá enviado um email ao co-fundador da Focus, Lenny Chang, a dizer que a situação só se resolveria se a Focus vendesse a sua posição à NKSFB com “um desconto substancial”, o que foi recusado.
Segundo o jornal britânico, o Goldman Sachs diz que agiu em interesse dos dois clientes e recusa os argumentos de Segal. A Focus disse, em resposta a Segal, que não quis boicotar a venda da NKSFB e que este processo em tribunal só vai atrasar o processo e que equivale, na prática, a uma extorsão, alegando que Segal quer usá-lo para aumentar o preço de venda.
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