Sistema financeiro

Crédito Agrícola reduz lucro em 9%, para 144,3 milhões de euros

Licínio Pina é o presidente executivo do grupo Crédito Agrícola desde 2013
Licínio Pina é o presidente executivo do grupo Crédito Agrícola desde 2013
ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

Em 2022 o lucro do Crédito Agrícola recuou 9%, tendo para isso contribuído o aumento dos gastos e das provisões e imparidades. A rentabilidade dos capitais próprios desceu de 8% em 2021 para 7,1% em 2022

O grupo Crédito Agrícola registou em 2022 um lucro consolidado mais baixo do que em 2022: caiu 9%, para 144,3 milhões de euros, informou a instituição financeira em comunicado.

Por segmento, o negócio bancário registou uma queda de 31,5% para 98,1 milhões de euros. Em 2021 o banco tinha contribuído com lucros de 143 milhões de euros, o que traduz em 2022 uma queda expressiva.

Em sentido contrário está a contribuição do negócio segurador, cujos lucros ascenderam a 58,7 milhões de euros, mais 46,8%, beneficiando sobretudo dos ganhos da atividade da CA Vida e CA Seguros. A CA Vida lucrou 47,1 milhões de euros e a CA Seguros 11 milhões de euros.

Para a queda dos lucros do banco contribuiu não só o “aumento do custo do risco de crédito reconhecido em imparidades e provisões”, que em 2022 ascenderam a 57,4 milhões de euros (em 2021 verificou-se uma reversão de imparidades de 2,2 milhões), refere em comunicado o grupo liderado por Licínio Pina. Esta evolução refletiu-se no custo do risco de crédito, que piorou para 0,45%.

Na queda dos resultados pesou também o aumento dos custos de estrutura em 7,6%, para 400,9 milhões de euros, decorrente do crescimento de custos com pessoal em 5,9%, para 236,4 milhões de euros, e dos gastos gerais administrativos em 12%, para 129,7 milhões de euros.

A variação negativa dos lucros face a 2021 foi também influenciada pelo decréscimo dos resultados não recorrentes ligados a operações financeiras, que em 2021 ascenderam a 63 milhões de euros e em 2022 foram negativos em 3,3 milhões de euros.

Margem e comissões sobem

A margem financeira (diferença entre juros cobrados e juros pagos) subiu 17,7%, para 368,4 milhões de euros, devido à “evolução das taxas Euribor e ao impacto positivo no rendimento da carteira de títulos e carteira de crédito do grupo”, sublinha o comunicado.

O aumento das comissões líquidas em 18,5%, para 146,2 milhões de euros, também ajudou.

A carteira de crédito (bruto) a clientes registou um crescimento homólogo de 2,2%, para 12 mil milhões de euros, “refletindo o compromisso e o apoio continuado por parte do grupo Crédito Agrícola a empresas, empresários, famílias e instituições do sector social e da administração pública”, sublinha a instituição.

No que toca aos recursos, os depósitos bancários ascendiam a cerca de 20,4 mil milhões de euros no final do ano, um crescimento de 6% face a 2021. O grupo indica que “o saldo médio por depositante ascendia, no final de 2022, a cerca de 13.400 euros, sendo que 80% dos depósitos (90,7% dos depósitos de particulares e 58,6% dos depósitos de pequenas e médias empresas), por referência a essa data, se encontravam cobertos pelo Fundo de Garantia de Depósitos”.

O rácio de capital “continuou a apresentar níveis de solvabilidade e liquidez robustos e significativamente acima dos níveis regulamentares mínimos”, segundo o Crédito Agrícola. Os rácios CET1 e de fundos próprios totais ascenderam a 20% (incluindo o resultado líquido do período).

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