A fundação espanhola La Caixa, através do seu veículo de investimentos, o Criteria Caixa, reforçou o seu peso acionista na portuguesa Sonae. É um aproximar dos laços da empresa com o acionista do BPI, um histórico parceiro, que recentemente até “ajudou” a empresa da família Azevedo a resolver um impasse na operadora NOS.
O Criteria Caixa, através do qual a fundação controla também o Banco BPI, passou a ter 5,001% do capital da Sonae. Anteriormente, tinha 2%, uma posição que assumira no verão de 2019. Ou seja, houve uma mais do que duplicação da posição, agora comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Com 5%, em vez de 2%, o Criteria Caixa cimenta a sua posição como segundo maior acionista da Sonae, apenas atrás da Efanor, a empresa familiar que detém 53% do capital. Tendo em conta a cotação de fecho da Sonae na sessão desta terça-feira (-0,64% para 93,6 cêntimos), a participação atribuída à fundação espanhola é de 93,6 milhões de euros.
Atualmente, já só é preciso notificar à CMVM quando se ultrapassa a barreira dos 5%, pelo que não era certo que o Criteria fosse o segundo maior acionista até aqui; agora, é.
Este é um aproximar dos laços entre a Sonae e o La Caixa, quando o parceiro financeiro da retalhista que detém o Continente era o BPI, hoje em dia controlado pelo grupo espanhol. Aliás, o BPI agora não tem nenhuma posição acionista, mas foi ele que ajudou a Sonae a ganhar o controlo da NOS quando se deu o divórcio entre a retalhista e a investidora angolana Isabel dos Santos.
Quando foi para o CaixaBank, o BPI foi vendendo várias das suas participações, e também reduziu na Sonae. Agora, é através do acionista que o grupo ganha nova exposição – ainda que aquém dos quase 10% que chegou a ter em 2018, ano da OPA do CaixaBank.
Ainda assim, a posição que o Criteria Caixa tem na Sonae é, em termos relativos, superior a 1,4% que tem na operadora espanhola telefónica e até aos 4,5% na Cellnex, de acordo com o site da entidade.
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