Recentemente soube-se que um fundo de pensões de deputados do Parlamento Europeu, para o qual descontaram 964 parlamentares, tinha um défice de 310 milhões de euros. Para diminuir esta colossal discrepância entre fundos e prestações, deputados europeus propõem reduzir para metade o pagamento das pensões e aumentar a idade da reforma em dois anos para os 67, noticia o Financial Times esta terça-feira, 23 de maio.
A redução das pensões para metade é a consequência de uma das medidas propostas pelos deputados que desindexa as prestações ao crescimento da taxa de inflação. O objetivo é reduzir o défice para os 86 milhões de euros.
O fundo tinha no final do ano passado ativos totais entre os 50 e os 55 milhões de euros. Uma forte discrepância face ao compromisso de pagar 363 milhões de euros em pensões num horizonte que se estendia até 2074.
O fundo, que foi substituído em 2009 por um novo sistema de pensões no Parlamento Europeu, deveria falir algures nos próximos dois anos se nada fosse feito.
Este fundo, de participação voluntária, despende cerca de 20 milhões de euros por ano em pensões que, em média, rondam os 2000 euros mensais, segundo o jornal, cabendo a cada pensionista um total de 375 mil euros do “bolo”. Os pagamentos mensais acumulam com outros sistemas de reforma dos países de origem.
Entre os participantes deste fundo estão antigos deputados europeus como a política francesa de extrema-direita Marine Le Pen, o britânico Nigel Farage, defensor da saída do Reino Unido da União Europeia, e o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, elenca o Financial Times.
A proposta, que ainda não foi formalizada, inclui a possibilidade de resgate antecipado das contribuições em alternativa à redução dos pagamentos mensais.
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