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Todos ao Rodizio - quem deve investir em ações

28 março 2012 10:02

Diogo Justino (Millennium bcp)

Um património financeiro mais pequeno de um investidor não é um fator impeditivo que justifique a falta de participação no mercado acionista

28 março 2012 10:02

Diogo Justino (Millennium bcp)

O investimento em ações é por vezes encarado como uma atividade destinada apenas a quem possui sólidos conhecimentos e experiência em matérias financeiras, bem como um elevado património, suficiente para suportar a possibilidade de uma desvalorização dos mercados acionistas e, consequentemente, das suas ações.

De facto, a educação financeira adquire um papel fundamental na propensão de um indivíduo para a poupança e investimento. Estudos americanos (1) (2) demonstraram que os estudantes ou trabalhadores que integraram um plano de literacia financeira oferecido pela sua escola ou empresa têm uma taxa de poupança e investimento superior aos não participantes no plano. Além disso, fruto da sua maior poupança e investimento, acumularam uma riqueza maior ao longo da sua vida.

Em Portugal, um estudo da CMVM de 2009 (3) sobre o perfil do investidor particular demonstrou que menos de dez por cento das famílias detêm ativos além de depósitos a prazo e certificados de aforro. A nossa participação no mercado acionista é reduzida, representando metade da participação de países como Espanha, Itália, Grécia ou Reino Unido. Este resultado, refere o estudo, deve-se a fatores socioeconómicos como o rendimento mensal e a escolaridade.

Investir com conta, peso e medida 

Um património financeiro mais pequeno de um investidor não é um fator impeditivo que justifique a falta de participação no mercado acionista. Existem diversos instrumentos financeiros que facilitam o processo de investimento e o possibilitam desde montantes bastante reduzidos. O importante é ajustar o montante investido, sempre com o cuidado de não virmos a precisar dele no curto prazo, ao tamanho do nosso património e ao nosso perfil de risco de modo a que a experiência bolsista não se torne num pesadelo. Um investidor que não lide bem com o risco deve ter uma percentagem reduzida da sua carteira afeta a ações enquanto um investidor mais habituado a lidar com o sobe e desce dos mercados pode deter uma quantidade superior de ativos de risco.

A rendibilidade elevada das ações demonstrada em diversos estudos justifica a importância de chamar a atenção para o investimento no mercado acionista como método de acumulação de riqueza. São um ativo que nos permite realmente ganhar poder de compra, ou seja, os ganhos que proporcionam não desaparecem pelo efeito do aumento generalizado dos preços. Infelizmente, o maior retorno proporcionado por este ativo não é certo e as ações podem desvalorizar significativamente. A educação financeira assume então um papel de destaque ao fornecer ao investidor as ferramentas necessárias para a construção de uma carteira de investimento adequada ao seu perfil de risco e capacidade financeira. É a chave para alargar o mercado de ações e as possibilidades que este oferece a todos.

 

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