A Boston Consulting Group (BCG) e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciaram esta semana um acordo para arquivar uma investigação que estava em curso há vários anos sobre pagamentos ilícitos em Luanda. Os subornos passaram pela operação da BCG em Portugal, mas nenhuma das partes revelou quem esteve envolvido no esquema. A consultora, que emprega dezenas de pessoas no nosso país, já havia estado sob os holofotes mediáticos em 2019, na comissão de inquérito das rendas da energia, e não só. Trabalhou para o Banco de Portugal, e avaliou a supervisão que fez no caso Banco Espírito Santo, e também com a reestruturação da TAP, uma consultoria que lhe rendeu dezenas de milhões de euros.
O Expresso solicitou mais detalhes à BCG, que não facultou esclarecimentos adicionais, remetendo apenas para a informação já divulgada pela empresa e pelas autoridades norte-americanas.
Um antigo consultor da empresa no nosso país sublinha o profissionalismo de alguns dos seus antigos colegas na BCG e nota que “o castigo devido pelo que foi feito foi aplicado, com discrição mas muita firmeza, já há alguns anos”, notando que foi a BCG que “começou proativamente a resolver a situação”, pedindo apoio à justiça americana.
No processo a BCG garante ter afastado os sócios envolvidos, com cortes nos bónus e sem prémios de saída da empresa. Eis o que se passou.
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